| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

O Paraná alcançou o primeiro lugar na captação de órgãos para transplantes entre todos os estados brasileiros. A informação foi confirmada na mais recente edição do Registro Brasileiro de Transplantes, divulgada no dia 30 de maio.

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O excelente resultado alcançado pelo Paraná é fruto da solidariedade e generosidade dos paranaenses e também da organização do sistema estadual de transplantes. As famílias paranaenses sempre se dispuseram em atender aos pedidos de doações, mas era preciso operacionalizar esta vontade.

Para começar, houve um grande esforço dos profissionais da Secretaria de Estado da Saúde, da Central Estadual de Transplantes, dos profissionais de todos os hospitais e da rede de apoio nos municípios. No final de 2010, havia 3.300 pacientes no Paraná esperando por um órgão; hoje são 1.207 pessoas.

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As famílias paranaenses sempre se dispuseram em atender aos pedidos de doações

Em 2011, estávamos em 9° lugar no ranking de doação de órgãos. Sete anos depois, estamos em primeiro e a fila de espera de transplantes caiu para menos da metade. A taxa de doações (doações/milhão de habitantes) subiu de 8,4 para 44,2 doações efetivas.

No início de 2018, já havíamos conquistado grandes avanços e ficamos em segundo lugar, atrás apenas de Santa Catarina. Agora, o último boletim revela que estamos bem à frente do estado vizinho, que tem um índice 33,7.

Nosso desempenho é comparável ao dos melhores países em captações de órgãos. Dados da Organização Nacional de Trasplantes (ONT) de 2016 mostram que a Espanha é o primeiro país do ranking mundial, com uma taxa 43,4 doações/milhão de pessoas.

Leia também: É tempo de fechar hospitais? (artigo Bruno Sobral, publicado em 5 de junho de 2018)

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Nossas convicções: Os responsáveis pelo bem comum

A legislação brasileira estabelece que a doação de órgãos depende do consentimento da família. Por isso, as comissões de procura de órgãos trabalham dentro dos hospitais. Essas equipes fazem o contato com as famílias e providenciam o encaminhamento dos órgãos.

Também foi preciso agilizar o transporte, através do serviço aeromédico. A base de helicóptero de Curitiba foi reforçada e implantamos quatro bases em Cascavel, Londrina, Maringá e Ponta Grossa. A frota do estado também foi liberada para ficar à disposição das demandas da saúde. Já foram feitas mais de 8 mil missões aéreas, entre transporte de pacientes e órgãos para transplantes.

Mas ainda precisamos fazer mais. Precisamos de mais doadores. Doar é um gesto de amor. Converse com sua família e declare-se um doador de órgãos. Vamos transformar aquele momento mais difícil na continuidade da vida em outras pessoas.

Michele Caputo Neto é farmacêutico e ex-secretário da Saúde do Paraná.