No último domingo, 6 de outubro, foi dado o primeiro passo para a mudança que sonhamos ver consolidada em 2026, uma transformação política aguardada por muitos de nós para as próximas eleições. A vitória de candidatos de direita nas urnas municipais não só reforça essa tendência, como também antecipa os rumos do cenário nacional.
Sem exagero nenhum, o fortalecimento da direita em todos os estados, foi nítido, robusto e comprovado matematicamente. Diversos candidatos conservadores saíram vitoriosos em importantes capitais e municípios, demonstrando que a direita ganhou fôlego e corpo. O saldo eleitoral certamente influenciará a próxima disputa presidencial, além de moldar a composição dos governos estaduais e das assembleias legislativas em todo o Brasil.
Aliás, a trajetória que leva à formação do próximo Congresso Nacional, com seus futuros deputados federais e senadores, já começa a ser desenhada na política municipal. O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, elegeu 523 prefeitos, enquanto o PT, de Lula, emplacou 253 candidatos. Entre as 50 grandes cidades, aquelas com mais de 200 mil eleitores, o PL elegeu 10 prefeitos no primeiro turno e tem 23 ainda em disputa. Em contrapartida, o PT elegeu apenas 2 e tem somente 13 concorrendo no segundo turno.
Os números não mentem: enquanto a direita cresce, a esquerda derrete. Mesmo em capitais importantes, o desempenho dos candidatos de esquerda foi tímido – salvo raríssimas exceções. Em Recife, João Campos (PSB) foi o único a vencer de forma expressiva. As chances de vitória nas capitais agora se restringem a São Paulo, Goiânia, Cuiabá, Fortaleza, Natal e Porto Alegre.
PSD (869), MDB (833), PP (733), União Brasil (571), PL (496) e Republicanos (426) foram os partidos que mais elegeram prefeitos municipais – a esquerda ficou para trás. Até mesmo o Centrão saiu vitorioso em 3.466 municípios, o equivalente a 62% das cidades brasileiras.
Nas câmaras municipais, os partidos que mais emplacaram vereadores foram o MDB, PP, PSD, União Brasil e o PL. Já o Partido Novo se destacou como o partido que mais cresceu - teve oito vezes mais vereadores eleitos do que em 2020 e dezoito vezes mais prefeitos . Em São Paulo, por exemplo, dois terços dos vereadores eleitos são da direita e de centro.
A realidade é que, antes mesmo do início da disputa começar, a direita já se mostrava mais forte, apresentando um maior número de candidatos. Prova disso é o crescimento do PL, que aumentou 25%, e o Republicanos, que ganhou representatividade em 16,65%. Outras legendas conservadoras também registraram crescimento significativo, como o Podemos (13,3%) e a Democracia Cristã, que teve um salto de 43,65%. O Novo multiplicou sua participação em 11 vezes em relação às eleições de 2020.
Em contraste, a esquerda, mesmo com Lula na presidência, acumulou derrotas desde o início. O PT encolheu 7%, enquanto siglas como PSOL (-17,9%), PDT (-21,51%) e PCdoB (-70,8%) sofreram perdas ainda mais significativas. Mais da metade dos municípios brasileiros sequer tiveram candidatos de esquerda concorrendo à prefeitura, evidenciando a menor representatividade da ala nos últimos 20 anos.
Embora 2026 pareça distante, o resultado das eleições de 2024 deixa claro que a direita largou na frente. Mesmo sem Jair Bolsonaro, que até o momento permanece inelegível, a direita vê opções presidenciáveis nos governadores Ratinho Junior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás) e Tarcísio de Freitas (São Paulo).
O futuro já está sendo moldado, e 2026 promete ser a consolidação desse fortalecimento conservador. Certamente a eleição passará pelos resultados que estamos presenciando agora. O Brasil está caminhando em direção a um cenário de renovação política, onde a direita já deu o seu primeiro passo firme. A batalha de 2026 começou agora em 2024, e o país está prestes a vivenciar uma nova era de liderança conservadora.
Fabio Oliveira é especialista em gestão pública e deputado estadual no Paraná.