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Com pouco mais de 80% da população adulta completamente imunizada com as duas doses ou dose única e quase 60% dos adolescentes de 12 a 17 com a primeira dose recebida, o Paraná avança na vacinação contra a Covid-19. O cenário nacional também é favorável.
A indústria de eventos impacta mais de 50 setores da economia e movimentou, em 2019, antes da pandemia, mais de R$ 936 bilhões no país. Esse número representa quase 12% do PIB brasileiro. Os eventos também geram 25 milhões de empregos diretos e indiretos, além de comporem uma das mais importantes cadeias produtivas nacionais: a do turismo.
Seja em Foz do Iguaçu, Curitiba, Londrina ou Maringá, o estado do Paraná ocupa, atualmente, o terceiro lugar no ranking de destinos turísticos entre viajantes domésticos. Quando se fala em turismo internacional, somos o quarto maior destino do país. Tanta relevância traz consigo a necessidade de considerarmos o efeito de cadeia. De acordo com estudos desenvolvidos pela pesquisadora Mariana Aldrigui Carvalho, da Universidade de São Paulo (USP), as atividades características do turismo têm impactos em 191 atividades compartilhadas entre turistas e residentes, além de 142 outras atividades indiretas – que fornecem bens e serviços às empresas que atendem ao turista.
Em situações de mercado aquecido, outras 217 atividades econômicas também se beneficiam do fluxo turístico, totalizando o envolvimento em 571 setores. Ou seja, o impacto nos serviços da cadeia do turismo, sobretudo em eventos, gera efeito em cascata sobre boa parte da economia brasileira.
É claro que, em tempos de pandemia, a preocupação com a segurança sanitária é fundamental. Por isso, desde 2020, entidades do trade paranaense se uniram e, em parceria com o Sebrae Paraná, escreveram o Manual de Conduta Segura, aprovado pela Secretaria de Estado da Saúde. Todos os procedimentos para segurança dos visitantes, participantes, fornecedores e profissionais que atuam no setor de eventos foram revisados e modificados para garantir a saúde.
Em situações de mercado aquecido, outras 217 atividades econômicas também se beneficiam do fluxo turístico, totalizando o envolvimento em 571 setores.
Até mesmo o Ministério do Turismo contribuiu, com a emissão do Selo de Turismo Responsável. Procedimentos no cadastro de participantes, empresas e terceiros, para fazer o rastreamento em caso de contaminação, foram intensificados pelos organizadores, promotores e fornecedores de eventos. Pavilhões, centros de eventos e hotéis também adotaram rígidos regramentos. O setor de eventos se uniu em prol de uma retomada responsável.
Após um período de 20 meses parados, em novembro de 2021 os eventos em todo o estado paranaense começaram a retornar gradativamente. Com índices tão positivos quanto à evolução da vacinação no Paraná, entendemos que não há motivos para retroceder bandeiras ou restringir eventos, sejam os do segmento M.I.C.E. – Meetings (reuniões), Incentives (incentivos), Conferences (conferências, congressos e/ou convenções) e exposições –, os sociais, os esportivos, os culturais, de entretenimento ou os recreativos.
No início de 2022, o carnaval está previsto para ser realizado normalmente. Como grande evento que é, regramentos de segurança sanitária, assim como autorizações dos municípios e a Resolução Sesa 595/2017, devem ser praticados pelos organizadores e promotores e seguidos pelos participantes no Paraná. Sabe-se que, nesse período festivo, muitos turistas estrangeiros vêm ao Brasil e, para eles, há de ser cobrada a apresentação do comprovante de vacinação, considerando inclusive o princípio da reciprocidade internacional.
É preciso lembrar que os eventos deixam legados valiosos e relevantes, fomentam o turismo, favorecem a construção da imagem do destino e geram renda e riquezas por onde passam.
Fabio Skraba é presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos – Paraná (Abeoc/PR).