Mesmo faltando pouco mais de um mês para o fim do ano, as especulações sobre a reabertura das escolas ainda em 2020 não param. Entretanto, este de fato não é o momento para voltarmos às aulas presenciais, principalmente devido ao aumento acelerado dos casos da Covid-19 em Curitiba nas últimas semanas. Afinal, apesar de o número de crianças internadas ser relativamente baixo, diversos estudos apontam que elas têm papel expressivo na transmissão da doença.
Mesmo sem sintomas, a contaminação entre crianças do ensino infantil, com faixa etária até os 10 anos, se multiplica muito rapidamente, pois elas apresentaram carga viral maior do que adultos internados em estado grave nas UTIs de hospitais, por exemplo. Então, por que expor essas crianças – e, consequentemente, suas famílias – ao risco de contágio se o ano letivo já foi praticamente todo comprometido?
Pensando do ponto de vista pedagógico, esse período de fim de ano deve ser utilizado assertivamente para uma grande reflexão sobre novas estratégias pedagógicas, ferramentas e metodologias que possam atender daqui para a frente os alunos e profissionais da área da educação, entendendo que ainda não temos uma vacina ou uma previsão de quando ela irá chegar. É um momento de união e estudos, deixando de lado essa pressão sem fundamento para a volta das aulas presenciais.
Ao fim de cada ano letivo, as escolas passam por um período de planejamento e avaliações internas. Não temos ainda números reais que reflitam como foi o aprendizado dessas crianças durante este ano atípico, marcado pela pandemia. Por isso, chegou a hora de verificar os resultados para podermos elaborar novas diretrizes e, em 2021, conseguir receber essas crianças nas escolas de maneira diferente e mais adequada, para que consigam socializar como necessário, porém sem tanto contato, e aprender, que é o grande objetivo da escola.
Ana Regina Caminha Braga é psicopedagoga, mestre em Educação e especialista em Gestão Escolar e Educação Inclusiva.