O movimento que nós, mulheres, estamos conduzindo neste início do século 21 em quase todo o mundo é altamente estimulante. Sempre fomos essenciais para nutrir e proteger a espécie humana. Também somos fundamentais no cultivo dos valores éticos, estéticos e culturais que garantem a vida social e a convivência familiar.

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Hoje, porém, estamos consolidando posições e conquistando novos espaços relevantes na sociedade e na economia. Atualmente, 39% dos lares brasileiros são sustentados por mulheres. No mercado de trabalho as mulheres ocupam mais de 46% das vagas, e bravamente enfrentam muitos obstáculos no seu dia a dia. Além de cumprir dupla – às vezes tripla – jornada, as pesquisas mostram que nós recebemos, em média, 37% a menos de salário do que os homens, e levamos mais tempo para ser promovidas.

Na política, a nossa representação ainda é pequena. É um campo em que precisamos avançar mais rapidamente. No mundo dos negócios, as pesquisas internacionais mostram que as brasileiras estão entre as mais empreendedoras do mundo. Pilotam cerca da metade dos empreendimentos do país. Esse é um campo promissor porque o Brasil apenas engatinha na geração de riquezas por meio de empresas inovadoras, criativas, competitivas e globais.

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A presença da mulher está evoluindo nos pequenos negócios, nas empresas familiares e como profissionais liberais. Quase 50% dos mais de 45 mil microempreendedores individuais (MEIs) de Curitiba são mulheres. As mulheres respondem por 57% das vagas preenchidas nos cursos de capacitação empresarial ofertados pelo Sebrae e pela Agência Curitiba na cidade.

No geral, as empreendedoras têm melhor conhecimento do mercado do que os homens e são mais bem preparadas em termos educacionais. Mas, apesar de planejarem melhor, seus negócios progridem mais lentamente, por arriscarem menos e dedicarem mais tempo à família. Quando iniciam seus negócios, acreditam em menor proporção do que os homens na própria competência para chegar ao sucesso.

Os empreendimentos das mulheres são menores, mais concentrados no segmento de serviços, apresentam maior taxa de sobrevivência e utilizam menos capital do que os homens para iniciar seus negócios. Na área de gestão, as mulheres têm um estilo de gerenciamento mais participativo, importam-se mais com seus empregados e clientes e usam múltiplos critérios para definir sucesso, diferentemente dos homens, que focam exclusivamente nos resultados financeiros. Finalmente, e não menos importante, as empreendedoras são mais envolvidas nas atividades voluntárias de ajuda à comunidade.

Considerando essa realidade, e a evidência de que a capacitação dos empreendedores é uma das garantias de maiores taxas de sobrevivência e crescimento das empresas, podemos supor que no futuro as mulheres poderão liderar a economia empresarial da nossa cidade.

Gina Paladino, economista, é presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento S.A.

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