A equidade de gênero, isto é, o tratamento igual para homens e mulheres, é questão essencial no desenvolvimento sustentável. Desde 2000, a ONU criou uma agenda positiva para o tema, trazendo-o à tona. Recentemente, mais de 60 gestores de empresas de grande e médio porte de Curitiba estiveram reunidos no Comitê de Mulheres Executivas da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Curitiba) para ouvir três empresárias paranaenses que levaram para o ambiente de trabalho programas e ações de empoderamento da mulher. Elas mostraram que é possível, mas que ainda há muito a ser feito.
O protagonismo de Margaret Groff, diretora financeira da Itaipu Binacional, tornou realidade o prêmio WEPs Brasil (Women’s Empowerment Principles), que mobiliza as organizações a criar um ambiente de trabalho no qual mulheres e homens tenham oportunidades iguais. Já foram realizadas edições em 2014 e 2016. Em dois anos, o número de empresas inscritas aumentou 84%.
No Brasil, as mulheres ocupam 19% dos cargos de alto escalão enquanto a média mundial é 24%
Ana Paula Camargo, diretora de Recursos Humanos da Renault do Brasil, empresa ganhadora do troféu Ouro 2016 WEPs Brasil, falou sobre o grupo Women@Renault, criado no início de 2010, com o objetivo de ampliar a porcentagem de mulheres nas empresas e nos cargos de gestão do grupo. O engajamento de Ana Paula possibilitou ampliar a participação feminina nos cargos de liderança da filial brasileira de 11% em 2012 para 16% em 2016.
Sônia Knopik, sócia da Ecofábrica, empresa de pequeno porte, ressaltou que não faz distinção entre homens e mulheres para as atividades de costura e entrega, e nem para o salário. Durante os 13 anos de atuação ela já contratou diversos costureiros homens, algo raro no setor.
Os exemplos existem e, mesmo assim, dados mostram que avançamos lentamente. Segundo pesquisa do IBGE de 2014, as mulheres ganham em média 24,8% menos que os homens em cargos similares. De acordo com a Grant Thornton International Business, no Brasil, as mulheres ocupam 19% dos cargos de alto escalão enquanto a média mundial é 24%. Precisamos entender que, acima de tudo, equidade de gênero não significa beneficiar a mulher apenas pelo gênero. Na vida empresarial, significa favorecer com igualdade de oportunidades pessoas com competências e engajamento semelhantes.
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