Soldados israelenses na fronteira com a Faixa de Gaza, nesta quarta-feira: poupar os civis está no protocolo de Israel na área| Foto: EFE/ Atef Safadi
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Na manhã do dia 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas irromperam a fronteira de Gaza-Israel por terra, ar e mar, surpreendendo o Estado Judaico e o mundo pela audácia e ferocidade nas suas ações. Tática que resultou no maior cometimento de uma série de crimes, assassinatos e sequestros de judeus desde o fim da 2ª Guerra Mundial, em sua maior parte civis. A retaliação israelense não demorou a acontecer e de forma desproporcional, uma vez que as Forças Armadas Israelenses (FDI, em inglês) possuem um inquestionável poder bélico e logístico, em face do seu histórico de guerras desde a sua criação como Estado em 1948.

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Não há sinais de interferência externa no decorrer da ação bélica israelense, salvo pela “mão invisível americana”, que garante a chamada liberdade plena de agir, intimidando possíveis contendores. Essa “mão” atua por meio da diplomacia itinerante do secretário de Estado Americano, Antony Blinken, ou pela força dissuasória por intermédio das suas forças militares já presentes na região. Além do deslocamento de considerável força naval, com destaque ao submarino nuclear da classe Ohio, que é uma plataforma de lançamento de mísseis balísticos e de ogivas nucleares.

Essa atuação visível e invisível americana tem por objetivo não escalar o conflito, levando outros países, reconhecidamente inimigos de Israel, a não participarem diretamente desse enfrentamento. Além disso, o apoio logístico é intenso, repondo os itens mais importantes do arsenal bélico israelense, pois, certamente, a munição existente, antes disponível nos seus paióis, foi totalmente consumida no decorrer desses 30 dias de conflito.

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Esse apoio da mão invisível americana não pode ser visto somente como uma possível aliança ou como amizade, mas também, pode ser considerada como uma retribuição a neutralidade e inação israelense, em face do ataque de cerca de 40 mísseis Scud, lançados pelo Iraque de Saddam Hussein em 1991, durante a Operação “Tempestade no Deserto”. A atitude israelense neutralizou o intento iraquiano de arrastar outros países mulçumanos contra a ofensiva bélica americana que resultou na queda e posterior morte de Saddam. Portanto, independentemente do posicionamento político dos dois governos o que prevalece, nesse caso, é o interesse dos dois Estados, nitidamente, dos EUA na condução do presente conflito.

Evandro Soares é professor da FPMB e coordenador do Laboratório de Prática Jurídica.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]