Os esforços de Carlos Magno, rei dos francos, para unificar a Europa contra o massacre bárbaro; as estratégias de Carlos Martel para salvar da invasão dos mouros; o cuidado devoto de Luís IX para integrar o reinado na fé cristã; a intrepidez da jovem Joana D’Arc para libertar os franceses do domínio inglês... Tudo foi para a guilhotina! A França perdeu sua cabeça no cadafalso, perdeu sua memória. Até a imponente Catedral de Notre Dame de Paris, joia da arquitetura gótica, foi depredada na histeria coletiva causada pelo torpor revolucionário do inebriante “Culto à Razão”, mas que de racional não tinha nada. Era só insanidade de acéfalos numa nação enlouquecida.
A Revolução Francesa, de 1789, incutiu não só ódio à Igreja e à monarquia, mas os franceses passaram a detestar a própria história e destruir seus monumentos de honra. Contudo, a nação que degolou seus padres e reis, hoje conhece um terrorismo com os mesmos padrões do Regime do Terror de Robespierre. Quando uma pátria assassina sua história, aniquila sua identidade, fica passível ao estrago, como um cadáver que, sem alma, não pode resistir aos agentes de sua destruição.
É absurdo que o primeiro-ministro, Manuel Valls, afirme que a França “precisa conviver com o terrorismo”. Terrorismo não é elemento para acolher na ciranda divertida do multiculturalismo
Há dias atrás, um padre foi degolado na França enquanto celebrava a missa. Mas antes de terroristas da jihad, terroristas franceses cortaram as cabeças de muitos religiosos naqueles “luminosos” anos da Revolução. Num ato de rebelião contra o catolicismo, iluministas exaltados foram semelhantes a estes matadores doentes que hoje conseguem render, pelo monstruoso fascínio à maldade, jovens que então se arregimentam ao Estado Islâmico.
Todavia, agora é o terror de fanáticos maometanos que tem apavorado a França, causado um espetáculo sangrento, desesperador, de homicídios em massa. Porém, o país é anêmico para se levantar e afrontar seus inimigos. É absurdo que o primeiro-ministro, Manuel Valls, afirme que a França “precisa conviver com o terrorismo”. Terrorismo não é elemento para acolher na ciranda divertida do multiculturalismo, tem de ser combatido. Mas onde estão aqueles heróis que defenderam a França? Esquecidos, porque nem a lembrança deles é capaz de agora inspirar zelo que unifique para o reerguimento, coragem que restitua a força para resistir a este terror pertinente.
A nação que foi chamada “filha predileta da Igreja” hoje tem repugnância à religião católica e pensa que seus monarcas e sacerdotes foram realmente os seus piores inimigos. A casta França se cegou com os ideais iluministas e depois se corrompeu na cultura da depravação marxista, sabotou sua genealogia de nobreza. E ainda hoje vai demolindo suas igrejas cristãs e varrendo a lembrança de seu patrimônio histórico. A pátria que foi protagonista de tantas vitórias, agora sofre de Alzheimer. Está desorientada, esquecida de si, e por isso é esbofeteada por um ódio gratuito que lhe parece ser insuperável. Mas a “filha predileta” preferiu o Regime do Terror. A França que matou os seus pais na guilhotina talvez se pergunte: “e agora, quem poderá nos defender?”...
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