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Fundo eleitoral, uma afronta ao povo

 | José Cruz/Agência Brasil
(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Não passa uma semana sem que tenhamos de lidar com as loucuras da Câmara dos Deputados. Uma das mais recentes é a criação de um fundo eleitoral para 2018, no valor de R$ 2,2 bilhões. O número espanta. Repare que não estamos falando de milhões, mas de bilhões, financiados com dinheiro público.

Fora esse valor, os candidatos continuarão a contar com os mais de R$ 800 milhões do Fundo Partidário e os R$ 600 milhões destinados à propaganda eleitoral “gratuita” (que de gratuita não tem nada, pois somos nós, o povo, que pagamos por ela). Também se fala até mesmo na possibilidade de um candidato concorrer a dois cargos diferentes (governador e deputado federal, por exemplo), o que é absurdo.

Boa parte dos deputados enlouqueceu ou pensa que vive em outro país

Com a economia do Brasil em frangalhos e o impressionante número de mais de 13 milhões de desempregados, eu chego à conclusão de que boa parte dos deputados enlouqueceu ou pensa que vive em outro país, se é que algum país democrático gasta tanto dinheiro com campanhas eleitorais.

É preciso dinheiro para arcar com uma campanha política? Sim, disso ninguém discorda. Custa caro? Sim, pois o Brasil é um país de tamanho continental. Mas nada justifica uma cifra tão alta. Nada justiça nem sequer esse fundo, quanto mais valores absurdos como esse.

Parece que a Câmara dos Deputados segue em uma cruzada – eles de um lado, o povo do outro – em busca da aprovação de projetos e emendas que visam apenas o benefício próprio. Os interesses da nação ficam sempre em segundo plano.

Além do sugerido fundo eleitoral com dinheiro do povo, eu cito o voto em lista fechada, na qual o eleitor vota em partidos e não em candidatos, em uma tentativa clara de dar foro privilegiado a corruptos; a terceirização irrestrita, já sancionada e que precariza os serviços prestados; a reforma da Previdência, que obriga a trabalhar até os 65 anos; as medidas contra a corrupção, que deviam ter sido aprovadas, mas foram destruídas após uma série de modificações duvidosas; e a tentativa de anistiar o caixa 2, entre outras manobras.

O governo fala tanto em corte de gastos, mas, quando se trata de cortar o que é deles, parece que o discurso não se aplica. E mais uma vez quem paga é o povo.

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