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O fundo do poço do Ministério da Saúde

Dança sexual em evento oficial motiva criação de "curadoria" no Ministério da Saúde
Dança sexual em evento oficial motiva criação de "curadoria" no Ministério da Saúde (Foto: Reprodução | Twitter )

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O poço não tem fundo no Ministério da Saúde (MS) dos esquerdistas. Quando pensávamos que o fundo havia chegado, por conta do bate-cabeça generalizado na pasta, veio o lamentável episódio do “Batcu”. Num evento supostamente para promover a atenção primária à saúde, realizado com vultosos recursos públicos, uma pessoa em trajes sumários rebolou para uma claque do governo do PT, que em delírio a aplaudia.

Causa-nos perplexidade ver a que ponto chegou a degradação moral e técnica da gestão do ministério, que tem a incumbência  de zelar pela  saúde de 203 milhões de brasileiros. Diversos servidores do ministério, mesmo os que apoiaram os petistas, procuraram-nos, obviamente de forma anônima, estarrecidos com o ocorrido, pois perceberam a situação vexatória em que mergulhou a atual gestão. Os servidores de carreira, pessoas sérias que cumprem sua missão com espírito público, já entenderam que a pasta foi entregue a militantes políticos obcecados em impor sua agenda ideológica.

Tudo em relação a esse evento deve ser esclarecido, inclusive se houve recurso público nesta apresentação.

A comparação com a nossa gestão demonstra, claramente, em desfavor da atual, que o trabalho eficiente, simbolizado pela família do Zé Gotinha, foi substituído pelo lamentável episódio do “Batcu”, talvez inadequado até para os carnavais da Sapucaí. Até o “Bumbum bate bumbum prugurundum ...”, enredo da Império Serrano, campeão do Carnaval carioca de 1982, é mais comportado que a melô da Aretuza Lovi. Essa gente pensa que gerir a saúde é só desfilar com o Zé Gotinha na Sapucaí achando que transformarão lixo em luxo, mas na realidade brindam-nos com esse lamentável episódio. Não há como desconhecer que o rei está nu.

O Departamento de Promoção da Saúde, palco do sinistro “espetáculo”, em nossa gestão foi sede de programas sérios com inédita e eficiente alocação de recursos públicos. Conosco, como sabemos, não havia espaço para pautas alheias à saúde pública. Infelizmente, o inusitado “Batcu” não será o epílogo de uma gestão que falou muito e ainda não fez nada. Seguramente, o demitido diretor é mais um bode expiatório para encobrir o fracasso de uma gestão que só engatinha, ou anda de costas como caranguejo. Prometeram recuperar as coberturas vacinais, mas na prática se omitem em avaliar a incorporação da vacina da Dengue e conseguiram diminuir as taxas de vacinação; flertam com a ilegalidade ao contratarem, sem licitação, imunoglobulinas de uma empresa de fachada com um só empregado.

O que mais causa espanto neste episódio e que prova que não é algo isolado, é que havia um clima de frisson na apresentação com palmas e cânticos em êxtase dos presentes, inclusive de autoridades com comando na secretaria. Se tivesse sido algo casual, imediatamente haveria ordem de interromper a sessão.

Iremos sofrer com isso por mais três anos ainda. Para mitigar isso, precisamos de uma bancada parlamentar de oposição que faça oposição como a esquerda fazia com nosso governo em que diariamente éramos alvos de requerimentos de informação múltiplos, projetos de decretos legislativos (PDLs), ações no MPF e STF e muitas outras formas para atrapalharem nossa gestão. Tudo em relação a esse evento deve ser esclarecido, inclusive se houve recurso público nesta apresentação e, se tiver havido, que o dinheiro seja devolvido e os responsáveis severamente punidos.

O ministério do Batcu nos parece ser somente a ponta de um iceberg de uma gestão desastrosa em que as pautas técnicas deram lugar a ideologias e identitarismos, protagonizados por pessoas despreparadas que fatalmente conduzirão ao completo caos a saúde pública do Brasil.

Raphael Câmara Medeiros Parente é ex-secretário Nacional de Atenção Primária do Ministério da Saúde; Marcelo Queiroga é ex-ministro da Saúde.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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