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Uma das tantas coisas que eleitores negligenciam na hora da escolha de presidentes é de que lado ele está nas questões geopolíticas. Isso, claro, considerando que vivemos em uma democracia e que temos a possibilidade dessa escolha. Por que digo isso? Em um passado não muito distante estivemos muito perto de apoiar o sonhado III Reich de Hitler, pois Getúlio Vargas, curiosamente amado pela esquerda, era fascista e tinha uma queda pelo regime alemão.
Isso só não aconteceu devido à influência e poder bélico dos EUA e nossos acordos comerciais mais lucrativos com os americanos. Ainda assim, caso Hitler tivesse vencido a guerra, não tenho dúvidas que Getúlio deixaria aflorar suas convicções e talvez hoje estivéssemos falando alemão, e tendo grande parte de nossa produção de aço e alimento destinado para manter o Reich.
Seria natural que repelíssemos qualquer um que fosse manifestamente amante de ditadores e ditaduras – como Lula sempre fez –, mas parece que o pensamento racional não é o forte de muitos eleitores. O TSE, durante as eleições proibiu que Bolsonaro associasse Lula ao ditador da Nicarágua, Daniel Ortega e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Mas hoje vemos o grau de amizade de nosso presidente com esse ditador.
Havendo uma guerra mundial que dividiria o mundo entre nações do ocidente capitalista e do oriente comunista, de qual lado acreditam que Lula estaria?
Lula não só adora as ditaduras, mas também ditadores. Em seus dois primeiros mandatos fez diversos acordos com ditadores africanos e do Oriente Médio, alguns envolvidos em terrorismo. Suas relações vão muito além de questões comerciais, pois Lula identifica-se ideologicamente com elas. Muammar Kadafi, por exemplo, é um exemplo dessas amizades – e segundo a delação de Palocci, o ditador líbio enviou secretamente 1 milhão de dólares para a campanha de Lula em 2002.
Lula já disse que a Venezuela tem “excesso” de democracia, não condenou as ações de Ortega na ONU, e sempre quando indagado fala sobre respeitar a “autodeterminação dos povos” como se povos escravizados por ditadores tivessem alguma chance de escolha. Também defendeu que as Farc devem se tornar um partido político, inclusive concederam asilo a um de seus terroristas, Francisco Antonio Cadenas Collazzos, em 2005. Em 2007, durante a realização dos Jogos Pan-americanos no Brasil, dois jovens boxeadores cubanos aproveitaram a oportunidade para fugirem do regime, contudo, o governo petista deportou os atletas para Cuba. Um presentinho de Lula para Fidel. Agora, Lula provocou os EUA permitindo que navios de guerra iranianos atracassem no Brasil. Mas essa amizade não é novidade. Em 2009 Lula recebeu no país Mahmoud Ahmadinejad após eleições com suspeitas de fraude e comentários polêmicos em que negou o Holocausto e proferiu seu desejo de tirara Israel do mapa.
Como miséria pouca é bobagem, a Europa, que até então nutria simpatia pelo petista, começou a entender sua aspiração, e recebeu muito mal suas declarações sobre a guerra da Ucrânia, em que mostra claramente que está ao lado de Putin.
Nas atuais circunstâncias, havendo uma guerra mundial que dividiria o mundo entre nações do ocidente capitalista e do oriente comunista, de qual lado acreditam que Lula estaria? Estaria ele do lado dos EUA e Europa ocidental ou da China e Rússia? Quais, dentre esses grupos, assemelham-se com as ideias de Lula e de seu partido? Indo longe na imaginação, em um hipotético pós-guerra, onde China e Rússia fossem os vitoriosos e Lula estando ao lado desses dois países, o que acham que aconteceria? O país não teria a menor condição de evitar a implantação de um regime totalmente autoritário, pois as nações aliadas de Lula e seus apoiadores dariam total respaldo para ele.
Davidson Abreu é oficial da Polícia Militar de São Paulo, analista de Segurança Pública, bacharel em Ciências Sociais e Jurídicas, professor, escritor e palestrante. É autor do livro “Tolerância Zero”, entre outros.