Mais uma vez o desempenho educacional brasileiro virou manchete em rede nacional. Infelizmente, os dados não são animadores. O Brasil figura sem pelo menos uma universidade entre as 50 melhores do mundo e coloca-se como um dos últimos colocados no Pisa, levantamento que avalia sistemas de educação de ensino fundamental global.
Isso já não é surpresa para especialistas, renomados em administração e economia, tanto no Brasil quanto no exterior, que deixam clara a necessidade de as escolas serem melhor administradas, pois a qualidade do nível educacional está diretamente associada ao nível de gestão que essas organizações recebem.
Mesmo certos disso, gestores educacionais públicos e privados ainda têm cometido erros crassos de gestão: administram escolas indiscriminadamente como se fossem empresas, tratam o conhecimento como se fosse algo tangível, de fácil mensuração e padronização. Ainda remuneram pouco, cobram muito e esquecem de profissionalizar-se. A grande maioria advém da área educacional com pouca ou nenhuma experiência gerencial, o que culmina em amadorismo de gestão e consequente queda de resultados.
Escolas, públicas ou privadas, têm em sua complexidade e em sua gestão seus dois maiores desafios
Sabemos que a administração é vital para as organizações, mas esquecemos que ela precisa ser adequada ao contexto de cada tipo de organização. Não se pode fazer da escola, uma das organizações mais importantes da sociedade, um laboratório para práticas equivocadas, retrógradas e muitas não validadas empiricamente.
Estudos vêm demonstrando que as escolas, sejam públicas ou privadas, têm em sua complexidade e em sua gestão seus dois maiores desafios. Requerem uma administração própria para suas características. É um terreno fértil para manifestações significativas de dimensões racionais, políticas e simbólicas que confundem os gestores e minam a administração tradicional, fazendo com que mesmo as técnicas divulgadas nos best-sellers de gestão sejam ineficazes.
E não há tempo para testes. Hoje escolas e universidades convivem com uma das maiores transformações em suas estruturas: alterações no mercado de trabalho; questionamentos por parte do setor público e privado sobre o nível dos alunos em educação básica; reviravoltas político-legais como a questão polêmica da inclusão nas escolas; as cotas; a violência em sala; os currículos nacionalizados; a chegada voraz das tecnologias; a proliferação dos rankings; a judicialização dos processos educacionais e o acirramento da competição por recursos, alunos e prestígio pedem um novo posicionamento e gestão às escolas brasileiras.
Se isso não bastasse, especialistas lembram situações clássicas como o desinteresse dos alunos, falta de preparo dos professores para as próprias disciplinas que ministram, falta de recursos materiais, materiais didáticos sem qualidade, ausência de projetos significativos e perda de referenciais no que se refere ao quadro de valores socialmente acordados que deixam a situação ainda mais complicada.
O quadro é crítico, mas é próprio da forma como o Brasil vem priorizando esse assunto. Se continuarmos com as práticas que nos trouxeram até aqui, não podemos esperar nada de novo. Se investirmos na profissionalização e, primeiramente, nos dedicarmos a conhecer melhor as escolas que estamos gerenciando, com profissionalismo, teremos uma gestão adequada à sua complexidade para que sua missão seja exercida na íntegra, e a qualidade da educação alcance patamares com maior credibilidade.
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