O ambiente corporativo jamais voltará a ser como antes. A pandemia da Covid-19 acelerou o futuro do trabalho. Empresas descobriram que determinadas funções podem ser executadas em casa sem maiores problemas. Agora, é possível contratar pessoas de outras cidades – e até de outros estados e países – com a adoção do teletrabalho.
Após quase um ano e meio distantes fisicamente, trabalhadores em home office deverão se adaptar à volta ao escritório. Colegas e gestores terão a oportunidade de se reencontrar, tomar aquele cafezinho juntos e, principalmente, trocar experiências, o que em casa nem sempre era possível.
É claro o desejo das companhias em retomar as atividades presenciais, mesmo que de maneira híbrida. E a migração neste formato é uma das maiores mudanças para o mundo corporativo nos últimos tempos. Antes, no Grupo H, o home office era algo pontual. Agora, é uma realidade que chegou para ficar. E, nesse contexto, a cultura organizacional provou ser ainda mais fundamental para o sucesso dos negócios.
Com a retomada, muitos questionam se existe um melhor modelo a seguir, mas acredito que tudo depende do momento da empresa. Por exemplo, em junho deste ano, a XP anunciou que optará por home office permanente e horários flexíveis. A marca já é consolidada no mercado, tem toda a estrutura para este formato, mas será que todas as empresas conseguem seguir assim neste momento?
Particularmente, julgo precipitado para algumas empresas implementar o home office 100%, considerando que é algo novo. Precisamos aprender um pouco mais sobre rotinas e dinâmicas – além de estabelecer certas regras. Aprender mais com a modalidade de trabalho e, então, evoluir no sentido de uma maior flexibilização.
Primeiramente, os gestores precisam entender qual é a momento atual em que a empresa se encontra e checar o quanto seus funcionários estão preparados, para então realizar o formato que se encaixar melhor, da maneira mais estratégica e amigável possível em um mundo pós-pandemia.
Estamos vivendo novos modelos que exigem confiança entre os times e que mostram ser possível avaliar pelas entregas e não pelas horas na frente do computador.
É preciso entender que, em questão de dias, a vida virou um pixel. Tudo virou um call. Não saíamos de casa. É quase impossível se desligar do trabalho. E os que têm filhos vivem jornada dupla quase que 12 horas por dia. O problema nunca é um filho entrar no meio de um call, mas a ausência de intervalos entre uma demanda e outra, que não permite que o cérebro “reinicie” – processo importante para o relaxamento, diminuição do estresse e até mesmo para o aumento da concentração e do engajamento. A maneira como a pandemia desequilibrou a divisão dos espaços nos força a reencontrar um equilíbrio, e a retomada aos escritórios pode contribuir com isso.
As pessoas vão à empresa para se relacionar. Estes dias podem, inclusive, ser dedicados às reuniões mais importantes entre os times, liberando um pouco mais as agendas dos calls infinitos, e para outros tipos de dinâmica que fortalecem os laços culturais e o sentimento de pertencimento.
Estamos vivendo novos modelos que exigem confiança entre os times e que mostram ser possível avaliar pelas entregas e não pelas horas na frente do computador. É um processo de aprendizado contínuo que vai exigir ajustes ao longo do caminho. Daqui para a frente, teremos de testar para entender o que é melhor, pois não há fórmula mágica.
Roberto Ferraz, administrador, é COO do Grupo H.
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