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Hidrogênio renovável no Paraná: a economia verde que pode funcionar

Fonte de energia pode ser obtida de fontes renováveis. (Foto: Divulgação / Engie)

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O Paraná está pronto para a era do hidrogênio verde como fonte de energia. O governo do estado sancionou a Lei Estadual 21.454, que cria a “Política Estadual do hidrogênio renovável”. A lei não vem para inaugurar o debate no Paraná, até porque esse assunto já vem sendo bem discutido nas mais diversas esferas da sociedade, mas sim para ajudar o estado a se consolidar como referência no tema, garantindo segurança jurídica e estímulos para todos os investidores que quiserem fazer parte da revolução que está por vir, tanto no campo energético quanto no ambiental.

Com a nova lei, o Paraná assegura o estímulo ao uso do hidrogênio renovável em suas diversas aplicações, em especial, como fonte energética e produção de fertilizantes agrícolas; o estado também está autorizado a promover incentivos, fiscalização e apoio à cadeia do hidrogênio renovável; e a atrair investimentos para a produção, distribuição e comercialização da nova fonte de energia limpa.

O banco de investimento Goldman Sachs estima que o mercado de hidrogênio verde ultrapassará US$ 11 trilhões em 2050.

Produzido por meio da eletrólise da água utilizando fontes de energia limpa e renovável, como a energia solar, eólica e hidrelétrica, o processo de separação da molécula do hidrogênio permite que ele seja estocado e comprimido como um gás. O debate sobre o hidrogênio verde tem um grande impacto nas políticas energéticas, mas vai além porque ele ajuda a dar destino a resíduos do tratamento de esgoto e aos resíduos produzidos pela agroindústria, logo o Paraná está entre as maiores potências de geração de biogás e biometano no país seja pelo destaque no agronegócio ou ainda pelas riquezas naturais.

Além dos benefícios ambientais e energéticos, o hidrogênio verde certamente irá contribuir para o desenvolvimento econômico de países que tenham boas fontes de energia renovável. A produção desse gás pode gerar empregos e renda, além de promover o desenvolvimento tecnológico. O banco de investimento Goldman Sachs estima que o mercado de hidrogênio verde ultrapassará US$ 11 trilhões em 2050. Portanto, é fundamental que o Paraná, com todas as suas vantagens competitivas, tenha uma parte desse bolo. A União Europeia (UE) também se comprometeu a investir US$ 430 bilhões em hidrogênio verde até 2030. A intenção é instalar eletrolisadores de hidrogênio renovável de 40 gigawatts (GW) na próxima década, para alcançar sua meta de ter impacto neutro no clima até 2050. Fato que ganhou mais intensidade após a crise energética gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Esse é um assunto daqueles que não se pode ignorar. Por isso, ponto para os deputados e para o governo estadual que, ao aprovar a Lei 21.454, reduz a burocracia para investimentos no setor, protege o meio ambiente criando alternativas sustentáveis na geração de energia, incentiva pesquisa e desenvolvimento no estado e torna o Paraná referência no assunto, permitindo inclusive que possamos liderar esse processo e ser grande um fornecedor de energia para a Europa e outros países.

Sustentável e inovador, o Paraná, mais uma vez, sai na frente ao ter uma lei própria com as diretrizes de uma política estadual para a produção, distribuição e utilização de uma energia limpa, produzida com baixa emissão de carbono e que pode impulsionar a mudança da matriz energética na indústria e no campo. Ter sido autor desta lei me enche de satisfação e orgulho, pois representa a manifestação de um dos aspectos mais nobres da atividade parlamentar, que é o de ajudar o estado a estar preparado para os desafios que estão por vir.

Alexandre Curi é deputado estadual e primeiro secretário da Assembleia Legislativa do Paraná.

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