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Hora de adubar o agronegócio com juros menores

 | Lineu Filho/Gazeta do Povo
(Foto: Lineu Filho/Gazeta do Povo)

É público que o agronegócio brasileiro é imbatível até a porteira da fazenda. A partir daí, começam as dificuldades dos produtores, como, por exemplo, escoamento da safra e o caro sistema tributário. Situações que, aliás, carecem de soluções há anos e provocam transtornos de toda ordem à agropecuária, justamente o setor que mais dá retorno à economia do país, gerando renda e emprego no campo e na cidade, sem que tenha a devida retribuição.

Recentemente, o país pôde ter a exata dimensão dos problemas enfrentados pelos produtores rurais fora da porteira da fazenda. Por três semanas, mais de 3 mil caminhões carregados com soja ficaram parados em atoleiros na BR-163, no trecho entre Cuiabá (MT) e Santarém (PA), sem conseguir chegar aos portos da Região Norte para exportar o produto.

Mesmo diante de infortúnios que se repetem ano após ano, o agronegócio só dá resultados positivos ao Brasil

O lamaçal da BR-163 causou um prejuízo estimado em US$ 400 mil por dia, segundo a indústria de óleos vegetais. Já as transportadoras de grãos calculam em R$ 50 milhões as perdas com os dias perdidos em atoleiros. Adversidades como a vista no Norte do país são um dos fatores que elevam o chamado “custo Brasil”, junto com os pesados impostos e a má conservação de rodovias em outras partes do país, que também provocam desperdício de parte da produção agrícola.

Mesmo diante deste infortúnio, que se repete ano após ano, o agronegócio só dá resultados positivos ao Brasil. Responsável por cerca de 40% das exportações, por algo em torno de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e por quase 30% dos empregos, o setor se preparara para colher este ano 228 milhões de toneladas de grãos – mais uma safra recorde nas lavouras brasileiras.

Portanto, este patrimônio nacional, cujo valor bruto da produção é avaliado em R$ 550 bilhões em 2017, precisa receber do governo uma atenção que corresponda à sua importância socioeconômica. O setor não quer privilégios, quer tão somente ser tratado com isonomia para continuar contribuindo com o país, ainda mais em um contexto de recuperação da economia. Por isso, espera soluções para os problemas logístico e tributário, além da eliminação de entraves burocráticos.

No momento em que o governo está prestes a anunciar o Plano Agrícola e Pecuário da safra 2017/2018, o agronegócio acredita que possa ter condições mais adequadas para vir a colher novas safras recordes e a se manter na liderança da produção mundial de proteína animal. Para tanto, conta com a compreensão do governo para a necessidade de reduzir juros de custeio, comercialização e investimento no Plano Agrícola e Pecuário, seguindo a tendência de queda da taxa Selic, conforme recentes decisões do Copom. Isso permitirá que o setor continue cumprindo o seu papel de levar alimentos à mesa dos brasileiros e de outros países.

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