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Felipe Lima

Se houve um tema crucial na vitória de Trump, foi o da imigração. Talvez nada demonstre melhor o abismo existente entre a elite “progressista” e o povo de carne e osso. Enquanto o imigrante, para essa elite, é uma abstração distante, um eleitor em potencial, ou então a babá e o jardineiro latinos, para o trabalhador de classe média ele pode ser o que rouba seu emprego numa competição desleal, um fardo pelo aumento de impostos para sustentar os benefícios estatais, o vizinho estranho que não aceita assimilar a cultura local ou até um criminoso em potencial.

O livro mais influente sobre o assunto, que ajudou a definir o resultado da eleição, é Adios, America!, de Ann Coulter. O livro tem 100 páginas só de notas, ou seja, está repleto de dados muitas vezes ignorados pela grande mídia. Ele ataca abertamente a crescente latinização e islamização da América.

Sua tese central é de que a esquerda deliberadamente abriu as fronteiras do país para permitir a entrada de milhões de imigrantes, em especial de mexicanos, sem critério algum, sem filtrar minimamente pela capacidade de produção dessas pessoas, atraindo o que há de pior em termos de habilidades, de olho apenas na mão de obra barata e nos votos. Ou seja, a América estaria sendo transformada num típico país de terceiro mundo, e quem ousar questionar esses rumos será logo acusado de “xenófobo” e “preconceituoso”.

Os Estados Unidos parecem ter se tornado o destino final de todos os “refugiados” do mundo

Como a imprensa se recusa a debater honestamente o tema, as pessoas ficam no escuro, desconhecem o que está em jogo. Coulter busca eliminar esse hiato, esfregando na cara do leitor inúmeros casos e estatísticas que montam uma narrativa bem assustadora: os Estados Unidos estariam sendo invadidos por uma praga que vem destruindo seus valores mais básicos, que ajudaram a fazer da nação o relativo sucesso que é hoje, a ponto justamente de atrair essa multidão toda.

Imigrantes legais e ilegais que nem sequer aprendem o inglês, que rejeitam aquilo que a América representa, conseguem não só permanecer no país como conquistar “direitos”, distribuídos de forma irresponsável pela esquerda de olho nos votos. Vale notar que 80% dos latinos votam nos democratas e apenas 20%, nos republicanos. Se a classe média americana se recusa a eleger a esquerda, então a esquerda vai inundar o país de imigrantes e vencer na marra. A menos que surja um Trump no caminho.

Muitos repetem que a América foi moldada por imigrantes, mas ignoram que, em sua maioria, eram europeus em busca de oportunidades, não do “welfare state”. Não dá para negar que, na média, a qualidade desse imigrante se deteriorou bastante. Os Estados Unidos parecem ter se tornado o destino final de todos os “refugiados” do mundo, todos os ignorantes sem formação que a elite culpada precisa defender, com recursos alheios, para se sentir moralmente superior.

Não há país decente, porém, que não tenha uma política de imigração, filtrando quem pode viver no país. O “progressista” Canadá, a Suécia, a Austrália, todos selecionam quem pode ou não viver dentro de suas fronteiras. Mas a América virou a casa da Mãe Joana, e o discurso sensacionalista fala em construir pontes em vez de muros, como se fosse um absurdo tentar estancar a entrada descontrolada de imigrantes ilegais que, depois, custam uma fortuna para o pagador de impostos e elevam as taxas de criminalidade.

Como disse, o livro contém muitos dados desconhecidos por aqueles que adotam um discurso fácil a favor da imigração irrestrita, acusando de xenofobia quem resolve questionar o modelo atual. Não cabe aqui listar todos os fatos, muitos deles chocantes. Mas recomendo a leitura, pois esse é um tema extremamente relevante, e que infelizmente tem gerado bem mais calor do que luz.

Rodrigo Constantino, economista e jornalista, é presidente do Conselho do Instituto Liberal.
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