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O estado do Paraná é um dos grandes celeiros agrícolas do Brasil, país rico em recursos naturais e produtor global. Israel é mundialmente conhecido por suas conquistas sem precedentes na tecnologia agrícola. Mesmo com pouca água, pouca terra e sem petróleo, tornou-se um laboratório do mundo e referência na produção agrária. Podemos aprender juntos e cooperar ainda mais neste setor de grande importância não apenas para ambos os países, mas para todo o mundo.

Dentre os grandes exemplos de Israel para a agricultura, cito a irrigação por gotejamento. Esse método de irrigação é preciso e econômico. A vazão de água é tão vagarosa que é facilmente absorvida pelo solo. Em um sistema bem ajustado, há pouca probabilidade de excesso de escoamento de água e desperdício. A economia de água é de 60%, se comparada aos outros métodos. Outra grande ideia também foi atrelar a irrigação com a fertilização, criando a nutri-irrigação. A planta não recebe água apenas, mas água com adubo na medida certa para o seu desenvolvimento.

A agricultura orgânica também é referência em Israel. Destaco um método natural de combate a pragas na lavoura, desenvolvido no kibbutz Sde Eliyahu. Chamado de "manejo integrado de pragas", o sistema utiliza inimigos naturais de insetos que causam danos a colheitas, limitando ao máximo o uso de produtos químicos e seus efeitos à saúde pública e ao ambiente natural. A técnica se tornou o principal sucesso da maior coorperativa de produtores de vegetais de Israel, a Yofi Shel Yerakot.

A mesma solução natural foi utilizada para resolver o problema de roedores, também no kibbutz Sde Eliyahu. Quando eles ainda eram combatidos com pesticidas, percebeu-se que o local atraía uma colônia de seus predadores, as corujas. Um especialista em aves sugeriu que, se Sde Eliyahu pudesse atrair corujas suficientes para fixar residência, não haveria mais a necessidade de veneno. Hoje, 120 famílias desta espécie vivem em ninhos colocados ao longo dos campos de cultivo. Foi observado que cada família de corujas consome cerca de 5 mil roedores por ano.

Outra novidade de Israel que promete revolucionar a agricultura são as sementes tolerantes à seca. Cientistas israelenses desenvolveram uma nova plataforma para a introdução de um gene resistente a ambientes áridos em uma semente de milho, soja ou arroz, por exemplo. Ao contrário da tecnologia OGM (organismos geneticamente modificados), esta técnica tem a duração de apenas uma geração, sem interferir ou se infiltrar no genoma da planta. A tecnologia pode ser aplicada a qualquer tipo de semente.

Estes são alguns exemplos tecnológicos que Israel pode compartilhar com o Brasil. Levando em conta as relações de amizade e cooperação entre os dois países, podemos e desejamos fazer parte da trajetória de sucesso da agricultura paranaense e brasileira. Somos diferentes em tamanho territorial, mas similares em inovação e criatividade.

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