Desde a independência de Israel, que celebra hoje 72 anos, a educação e a ciência sempre foram pilares fundamentais em sua sociedade. Agora, esse investimento está gerando frutos na atual pandemia de coronavírus que afeta o mundo.
Algumas decisões cruciais transformaram Israel na famosa Startup Nation ou Nação Empreendedora. O país entendeu, logo na sua formação, que destinar uma porcentagem considerável de seu PIB para pesquisa e desenvolvimento era uma necessidade para remediar a escassez de recursos naturais. Também criou o triângulo de cooperação entre academia, governo e iniciativa privada. Com financiamento público e privado de pesquisa, o ecossistema de inovação de Israel se tornou atraente para investidores de todo o mundo e produtivo nas mais diversas áreas.
Algumas características de sua cultura também colaboram para a formação de um ambiente inovador, como a obrigatoriedade do serviço militar, que traz uma grande responsabilidade aos jovens e uma oportunidade de eles serem apresentados à alta tecnologia; uma sociedade heterogênea, formada em sua maioria por imigrantes; e uma cultura tradicionalmente questionadora, informal, criativa e com tolerância ao fracasso.
Esses são os pilares que, atualmente, ajudam na prevenção e no combate ao coronavírus no país. Israel usou a criatividade e a tecnologia para entender qual era a situação da propagação da doença no país e acompanhar as pessoas que estavam doentes ou com potencial de estarem doentes para descobrir onde poderiam surgir novos focos. Isso trouxe números de casos mais realistas para o país, que pôde implementar políticas públicas eficazes no combate à doença. Por isso, temos números baixos de óbitos pela Covid-19 e fomos considerados o país mais seguro para estar durante a pandemia por algumas pesquisas.
Várias inovações surgiram ou foram adaptadas para colaborar na luta contra o coronavírus. Uma delas é a TytoCare, plataforma que foi implantada em enfermarias de quarentena para pacientes com Covid-19 nos maiores hospitais de Israel. É um exame médico remoto que permite examinar pulmão, coração, temperatura e outros exames sem contato físico, protegendo a equipe médica e os pacientes.
Além disso, independentemente da situação política que Israel experimenta neste momento, a pandemia veio mostrar que a única maneira de enfrentar este desafio é trabalhar em conjunto. Em Israel, esta crise aproximou pessoas com ideologias diferentes em prol de um bem comum: livrar Israel da Covid-19.
O mesmo acontece com a política exterior. A pandemia é um desafio que não pode ser enfrentado unilateralmente, o que possibilita achar um “terreno comum” com outros países que sofrem com o mesmo problema, pois todos precisamos de cooperação e soluções em conjunto.
Israel enfrentou inúmeros desafios e aprendeu muito nesses 72 anos, que sempre foram de amizade e de parceria com o Brasil, com laços que se estreitaram ainda mais nos últimos anos. No entanto, neste aniversário, o país certamente está em um momento de muita evolução. Cooperação com países do mundo todo e inovação tecnológica são apenas alguns dos aprendizados que levaremos desta crise sem precedentes. Que Israel e o mundo saiam desta pandemia ainda mais fortes e unidos!
Alon Lavi é cônsul-geral de Israel em São Paulo e na Região Sul.
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