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Urna eletrônica
Urna eletrônica| Foto: ASICS/TSE

Todo começo de campanha eleitoral é igual. De repente, nossos computadores e telefones celulares são invadidos por dezenas, até centenas, de homens e mulheres que se apresentam como candidatos e pedem o nosso voto para as eleições de 2 de outubro. Uma parte nós já conhecemos como políticos e outros nunca ouvimos falar, mas todos querem a mesma coisa: ganhar a eleição.

Eles querem ser presidente da República, governador do estado, senador ou deputado federal ou estadual e, desde a terça-feira estão autorizados a fazer campanha. A partir do próximo dia 26 também estarão no radio e na televisão. Embora possa ser enfadonho, esses são os meios de que dispõem para apresentarem para a população sua proposta de trabalho e, assim, conquistarem votos.

A única alternativa do eleitor é votar nos candidatos que, em sua opinião, sejam os mais aptos e ignorar os insignificantes e os problemáticos.

A eleição é o único momento em que o eleitor é capaz de interferir e até decidir o destino do país e, consequentemente, suas condições de vida nos próximos quatro anos, tempo de duração do mandato, e até depois desse período. O voto é uma delegação de poder. Depois que o depositamos na urna, aqueles em quem votamos, se forem eleitos, estarão autorizados a fazer ou deixar de fazer coisas em nosso nome.

Pela natureza e consequências das eleições é que o eleitor deve prestar atenção à campanha e só decidir em quem vai votar depois de ter obtido informações sobre a vida política do candidato, sua honestidade e propostas de trabalho para o caso de ser eleito. Afinal, não devemos colocar quem não conhecemos para nos representar como governante ou parlamentar.

Não devemos perder a  chance de escolher alguém de bom nível pois, depois de dado o voto, não adianta reclamar. A única reparação que dá para fazer em relação ao político que nos desagradou, é negar-lhe o voto nas próximas eleições. Os danos do voto mal dado, no entanto, persistirão. Outro ponto: evite anular o voto ou votar em branco, pois com isso o eleitor apenas desperdiça o seu direito de participar, não prejudicando em nada (pelo contrário, beneficiando) os candidatos que não lhes sejam simpáticos ou credores de seu voto.

As eleições de outubro terão mais de 28 mil candidatos concorrendo aos cinco postos em disputa. A única eleição efetivamente nacional é a de presidente da República, que terá 12 candidatos que poderão ser votados em todo o país. Para governador, senador e deputados, a eleição é estadual e cada unidade federativa terá seus próprios concorrentes.

O surgimento de candidatos desconhecidos e de baixíssima representação é resultado do quadro partidário inflado. Temos, no país, o exagero de 32 partidos políticos registrados e em condições de apresentar candidaturas, mas não há entre os eleitores tanta gente com liderança suficiente para conseguir o sonhado sucesso eleitoral. Isso precisaria ser discutido em uma possível reforma eleitoral, que, mais cedo ou mais tarde, vai precisar ser realizada. Enquanto ela não ocorre, a única alternativa do eleitor é votar nos candidatos que, em sua opinião, sejam os mais aptos e ignorar os insignificantes e os problemáticos. Não é porque um candidato ligo para nós pedindo voto que precisamos atendê-lo.

Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar de São Paulo e dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo (Aspomil).

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