A ligação do povo judeu com a cidade santa de Jerusalém tem mais de 3.000 anos de história. A cidade tem sido o centro da consciência judaica mesmo antes de o rei Davi fazer dela a capital do seu reino. Nenhum outro lugar tem desempenhado um papel de tamanho destaque na história, cultura e religião de um povo como Jerusalém para os judeus.
Jerusalém tem sido não só a capital de Israel desde a independência em 1948, mas também do povo judeu ao longo de sua diáspora de quase 2 mil anos. A cidade é transcendental para os judeus, que se voltam para ela três vezes por dia nas orações. E, ao final de suas grandes festas, os judeus proclamam: “No próximo ano, em Jerusalém”.
Durante o tempo em que a parte leste de Jerusalém esteve sob a administração jordaniana, a população judaica foi expulsa
Durante sua longa história, Jerusalém foi destruída pelo menos duas vezes, sitiada 23 vezes, atacada 52 vezes e capturada e recapturada outras 44 vezes. Mesmo sendo conquistada inúmeras vezes, e em todos os períodos de dominação estrangeira, até hoje a cidade nunca esteve sob domínio de outro povo por tanto tempo quanto pelos judeus, cuja presença ali permaneceu constante e duradoura. Sempre constituiu o maior grupo étnico da cidade.
Sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos, a cidade esteve dividida durante 19 anos quando a Legião Árabe do reino da Transjordânia, treinada, armada e comandada pelo general britânico John T. Glubb e seu quadro de oficiais, atacou Israel, junto com os demais exércitos árabes vizinhos, no primeiro dia de existência da jovem nação. Israel venceu a guerra, expandiu território, mas não conseguiu reter a parte oriental da cidade, onde ficam o Muro das Lamentações e o antigo bairro judaico.
Durante o tempo em que a parte leste de Jerusalém esteve sob a administração jordaniana, a população judaica foi expulsa, dezenas de sinagogas queimadas e foi proibido o acesso de cristãos e judeus aos lugares sagrados. O espaço defronte ao Muro, resto da muralha externa do Segundo Templo, foi transformado em sanitários públicos e depósito de lixo! No período em que esteve sob domínio da Jordânia, seu governo nunca cogitou torná-la capital do país nem fazer dela a capital dos palestinos.
Consequências políticas: O erro em transferir a embaixada do Brasil para Jerusalém (artigo de Luís Alexandre Carta Winter professor de Direito Internacional da PUCPR e doutor pela USP)
Quando Israel reconquistou o que lhe fora tomado, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, encontrou a cidade em estado de ruína e destruição, totalmente negligenciada pelos que antes tinham jurisdição sobre ela. Imediatamente após a reunificação de Jerusalém e a aprovação das leis do parlamento israelense (Knesset) de Preservação de Lugares Santos, garantindo proteção e liberdade de acesso a todos os locais sagrados do cidade para os membros de todas as religiões, e a que reafirma que “Jerusalém, completa e unificada, é a capital de Israel”, é que começaram as exigências palestinas sobre a parte reconquistada, para capital de seu Estado.
Sempre houve um consenso nacional em Israel sobre a capital Jerusalém. Ali estão a sede do Governo, do Parlamento, do Tribunal Superior, dos órgãos nacionais e as residências oficiais do primeiro-ministro e do presidente.
Os palestinos dizem que querem a parte oriental de Jerusalém, porém, quando da reunião de Camp David, em 2.000, Israel surpreendentemente lhes ofertou essa parte da cidade para um acordo de paz, eles simplesmente a rejeitaram.