Estamos no 3.º domingo da Quaresma e já fizemos um caminho significativo rumo à Páscoa do Senhor. Se buscarmos entender esse período à luz da Palavra de Deus podemos crescer na fé e sentir uma maior identificação com o Cristo, como seus seguidores.
Passamos com Ele, no 1º domingo, pelo deserto e Jesus nos mostrou que é preciso vencer as tentações (Mc 1, 12-15). Pela fé em Deus não nos sentimos sozinhos e, de fato, Ele se mostra presente nos fortalecendo na hora das provações.
Depois, fomos chamados a subir a montanha e contemplar junto com Pedro, Tiago e João a divindade de Jesus, e nos nossos ouvidos e nosso coração ressoou a voz de Deus nos convidando a escutar o que Jesus tem a nos dizer (Mc 9, 2-10). É a sua Palavra que deve guiar os nossos passos.
Hoje, neste 3.º domingo, nos encontramos com Jesus no Templo, em Jerusalém (Jo 2, 13-25). O Mestre mostra o zelo pela casa do Pai, o amor pelas coisas de Deus e a rejeição por tudo aquilo que denigre a religião e corrompe o verdadeiro sentido da fé. Jesus, no fundo, quer nos mostrar o quanto devemos nos aproximar da verdadeira imagem de Deus, sem querer comprá-lo, ou fazer qualquer tipo de barganha, achando que com isso Deus terá obrigação de fazer aquilo que queremos. É preciso lapidar nossa fé, purificando nossa vontade da tentação de desviar o sentido religioso da sua raiz mais profunda: religar o homem com Deus, com o transcendente, com o Pai revelado por Jesus Cristo.
Inserido na sociedade, o cristão é chamado a ser um testemunho de unidade e de serviço, confiando sua vida inteiramente à graça de Deus e à sua providência
Se cremos que o Cristo veio revelar plenamente a vontade do seu Pai e nosso Pai, então, como seus discípulos, também nós devemos zelar pela sua casa e pelo sentido mais puro e verdadeiro da religião. As chicoteadas de Jesus também nos atingem se somos omissos diante do zelo pelas coisas do alto.
Não é difícil verificar que a lógica do mercado e do lucro desenfreado podem levar pessoas mal-intencionadas a utilizar da linguagem da fé para ludibriar e enganar as pessoas em nome de uma religião. Essa hipocrisia destoa do projeto de Deus. A Igreja viva deve ser construída primeiramente no amor e da solidariedade que cresce na comunidade que se reúne em torno do Cristo ressuscitado: Ele reconstruiu seu Templo em três dias, venceu a morte e nos religou plenamente com o Pai.
Assim, neste tempo de Campanha da Fraternidade, o Evangelho de hoje se torna uma verdadeira lição de vida para aqueles que querem seguir Jesus. Inserido na sociedade, o cristão é chamado a ser um testemunho de unidade e de serviço, confiando sua vida inteiramente à graça de Deus e à sua providência. Insensato é aquele que pensa poder desviar os planos do Senhor. Nosso maior tesouro nos foi dado pela cruz – escândalo para muitos, como diz São Paulo, mas, para nós, “sabedoria de Deus” (I Cor 1, 24).
Temos duas missões nesta semana: zelar pela fidelidade de nossas igrejas, paróquias e comunidades, para que realizem a vontade de Deus. Mas também zelar pelo templo mais precioso, que é a nossa vida: dom de Deus. Que sejamos purificados dos pecados e possamos ressuscitar com o Cristo como templos santos e agradáveis ao Senhor.
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