Imagem ilustrativa.| Foto: Unsplash
Ouça este conteúdo

Nos últimos anos, a Igreja Católica vem observando um fenômeno que preocupa: a redução significativa no número de novas vocações sacerdotais e religiosas. Recentemente, a Santa Sé – jurisdição eclesiástica da Igreja e entidade soberana independente em Roma – divulgou o Anuário Pontifício de 2022, que revela uma redução no número de padres, bispos, religiosos e religiosas de maneira generalizada, ainda que com diferenças regionais.

CARREGANDO :)

Por outro lado, o Anuário Pontifício apresenta outro dado impactante: a Igreja Católica está crescendo. O número de católicos batizados no mundo aumentou 1,2% em 2020, ultrapassando os mais de 1,3 bilhões de fiéis ao redor do mundo. O documento, inclusive, constata certo "desequilíbrio pastoral”, uma vez que há mais fiéis e menos pastores.

O que fazer então? Uma das respostas vem do próprio laicato. Cresce o número de batizados que compreendem sua vocação e se comprometem com a vida e a missão da Igreja. Assumem tarefas e ocupam espaços nas comunidades e na sociedade. Em muitos lugares em que há falta de sacerdotes e religiosos, são a presença ativa e atuante da Igreja.

Publicidade

Cresce o número de batizados que compreendem sua vocação e se comprometem com a vida e a missão da Igreja. Assumem tarefas e ocupam espaços nas comunidades e na sociedade.

Em junho deste ano, por exemplo, o papa Francisco promulgou, durante a constituição apostólica Praedicate evangelium, uma norma que autoriza a liderança de leigos e leigas nos dicastérios vaticanos, cargos que até então eram reservados aos bispos.  Essa medida mostra um sinal claro do papa fortalecendo a participação efetiva do laicato na vida da Igreja e, também nos espaços de decisão.

Muitas congregações e institutos religiosos têm feito o mesmo movimento de abertura. Há leigas e leigos que estão envolvidos com os carismas. Para isso, se organizam em associações, seguem itinerários formativos e fazem compromissos de viver a mesma espiritualidade e se engajar na missão.

O Instituto Marista, embora tenha sido iniciado pelos irmãos maristas, encontrou um jeito bonito de sinalizar esse novo momento. Em vários documentos e comunicações aparece a expressão “maristas de Champagnat”. Quem são? Todas as pessoas que participam do mesmo carisma e missão: irmãos, leigas e leigos, colaboradores, famílias, crianças e jovens. Ser marista não é um privilégio ou uma função, mas um jeito de ser, um modo de enxergar o mundo, que aprendemos do fundador, padre Marcelino Champagnat.

Até 2024, acontece em todo o mundo marista, presente em 80 países, o Fórum Internacional sobre a Vocação Marista Laical. O objetivo é discutir o que significa ser marista de Champagnat, refletir sobre as trilhas formativas e pensar formas de associação e de vida comunitária. Esse é um caminho que está sendo feito junto com os irmãos maristas, a partir do último Capítulo Geral do Instituto, em 2017. Naquela época, o Capítulo já previa: o futuro dos maristas de Champagnat é um futuro de comunhão entre vocações religiosas e laicais.

Publicidade

João Luis Fedel Gonçalves é mestre em exegese bíblica e Especialista em Identidade, Missão e Vocação na Província Marista Brasil Centro-Sul.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]