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| Foto: Holger Elgaard/Wikimedia Commons

Ultimamente, devido à atual guerra política, muito se tem falado em meritocracia, índices como IDH, PIB, liberdade econômica, desigualdade social, pobreza – e, junto com eles, veio muita confusão sobre esses conceitos.

Muitos defensores da extrema-esquerda descrevem países como a Suécia, que têm uma ampla rede de bem-estar social, como “países socialistas que deram certo”, quando na verdade trata-se de nações com altíssima liberdade econômica; a Suécia está em 23.º lugar nesse índice; o Canadá figura em 6.º lugar. A Suíça (4.ª colocada no índice de liberdade econômica) rejeitou o salário mínimo de quase R$ 10 mil, mas lá um lixeiro vive melhor que a classe média-alta brasileira. A Austrália (5.º lugar), sem crise econômica há 25 anos, é um paraíso em obras de assistência social. Para efeito de comparação, o Brasil está na 118.ª colocação e Venezuela, Cuba e Coréia do Norte aparecem em 176.º, 177.º e 178.º respectivamente. Há uma relação óbvia aqui.

É preciso desfazer o mito de que o neoliberalismo só favorece os ricos, e que assistência social é sinônimo de socialismo ou Estado gigante.

O país precisa de uma nova ideologia liberal que traga crescimento econômico e justiça social para todos

Uma meritocracia equilibrada e justa só pode existir em uma economia saudável. É preciso desburocratizar o sistema, atualizar nossa Constituição e leis trabalhistas, e também realizar uma reforma tributária que enfoque prioritariamente a renda. O modelo atual, que tributa muito mais os bens e serviços, limita nossa produtividade.

É uma troca justa e barata que o empresário obtenha lucro, se tivermos um serviço de qualidade. Mas nossos serviços privados também são precários, justamente por haver pouca concorrência. Temos apenas oito empresas de telefonia, enquanto os EUA têm 80; a competitividade aumenta a qualidade e abaixa o preço, e más empresas são excluídas naturalmente do mercado.

É ilusório crer que o Estado dê algo gratuitamente quando se paga imposto. O papel do Estado deve se limitar ao de moderador: uma intervenção pequena para se evitar abusos do chamado capitalismo selvagem. Em raras ocasiões o poder público deve ser produtor: apenas quando há possibilidades de encher os cofres públicos, ou quando há algum interesse específico da população. E ainda assim o Estado deve ser rigorosamente fiscalizado pra evitar corrupção.

Nossas convicções: A finalidade do Estado e do governo 

Nossas convicções:A finalidade da sociedade e o bem comum

A ideia de ter um Estado que zela por seus cidadãos sempre me agradou, mas, infelizmente, o sonho se desvirtuou em pesadelo, e o Estado brasileiro se tornou um parasita que não devolver à população o que cobra com seus altíssimos impostos. Não sou adepto do chavão “imposto é roubo”, mas infelizmente no Brasil isso é uma dura realidade. Antes de ter um Estado grande e atuante, seria preciso haver uma mudança de mentalidade em nossos políticos e nos cidadãos, muito pouco politizados. O “jeitinho brasileiro” de levar vantagem em tudo também é um vilão nessa questão.

Há algo de muito equivocado (e até mal-intencionado) na forma como se luta por justiça social e crescimento econômico no Brasil. O que o país realmente necessita é de uma nova ideologia liberal que traga crescimento econômico e justiça social para todos.

Gustavo Reichenbach, formado em Processamento de Dados e Hotelaria, é investidor autônomo da construção civil.
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