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O número de brasileiros que buscam novas oportunidades no mercado de trabalho aumenta a cada ano. Nisso somos líderes mundiais. Em recente pesquisa internacional, verificou-se que o executivo brasileiro é o que fica menos tempo em uma mesma empresa. Muito disso se deve ao fato de a economia brasileira atravessar um momento favorável, com aumento nos níveis de investimento e de operações de empresas instaladas no Brasil.

É possível afirmar que existem mais vagas disponíveis no mercado do que profissionais para ocupá-las e com isso observa-se uma supervalorização da remuneração de executivos. Isso significa dizer que um diretor financeiro de uma grande empresa ganha mais hoje do que ganhava dez anos atrás, considerando os valores corrigidos pela inflação e demais indicadores econômicos. A situação de pleno emprego e/ou escassez de mão de obra causou uma séria mudança no mercado de trabalho brasileiro. A demanda por profissionais qualificados, com domínio de idiomas e conhecimentos técnicos, está cada vez maior, fazendo com que as empresas adotem políticas mais agressivas de remuneração e benefícios para atrair e manter os melhores profissionais.

Apesar disso, é muito comum hoje um profissional buscar novas oportunidades no mercado simplesmente por acreditar que o crescimento profissional e o desenvolvimento de carreira podem ser mais acelerados em outra empresa. As empresas, por sua vez, vêm enfrentando enorme dificuldade para preencher seus quadros profissionais, uma vez que a maioria dos bons profissionais está empregada. No caso da contratação de um profissional que está em outra empresa, o desafio do empregador é exaltar a atratividade do projeto da companhia e também flexibilizar a parcela de remuneração, justificando uma possível mudança de empresa e emprego por parte do executivo.

Podemos afirmar de forma segura que o poder de barganha está mais presente nas mãos dos bons profissionais que nas grandes empresas. Isso funciona como a lei da oferta e da procura. Quando muitas empresas buscam profissionais no mercado, os mesmos automaticamente se valorizam, pois as empresas precisam ser cada vez mais agressivas em suas propostas.

Neste momento, o cenário é favorável ao executivo; mas é fundamental avaliar detalhadamente cada nova oferta de emprego. Profissionais estáveis que ficam pelo menos três anos em seus projetos profissionais tendem a ser melhor avaliados por empresas contratantes e por empresas de recrutamento e seleção, ou seja, o desejo dos executivos de buscar crescimento e desenvolvimento acelerado pode ser um risco quando uma movimentação profissional não é bem realizada.

Para avaliar uma nova oferta de emprego, é de suma importância refletir sobre itens como o posicionamento da empresa em seu mercado de atuação, o momento atual da empresa, o plano de carreira, salário e benefícios, identificação com os valores e crenças da nova empresa, check-up médico, carro da empresa e ambiente de trabalho.

Cristian Kim, professor da pós-graduação da FAE Centro Universitário, é headhunter e diretor regional da Business Partners Consulting.

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