“Cerca de 2 milhões de pessoas saíram às ruas em Hong Kong, uma participação recorde segundo os organizadores, para exigir a retirada do projeto de lei sobre extradição à China, forçando o governo pró-Pequim a apresentar 'desculpas' por ter provocado os recentes confrontos”, dizia um jornal paulistano em 17 de junho. Em abril deste ano, o povo da Republica Democrática do Sudão saiu às ruas e, com a ajuda do exército, depôs seu presidente, no poder há mais de 30 anos. E todos se recordam da Primavera Árabe, durante a qual a população tirou do poder os presidentes do Egito e da Líbia, e mudou a geografia dos países do Oriente Médio.
Para fazer as coisas mudarem em um país não há outro jeito a não ser com as pessoas nas ruas. Os governantes morrem de medo: ou agem, ou caem. E, se é assim em todo o mundo e funciona, no Brasil não pode ser diferente. E não é mesmo, como vimos no recente impeachment de Dilma. Ocorre que o brasileiro é um pouco lento, demora a arrancar, tem de ser no tranco, é passível até demais, engole cada sapo...
Houve, em dias recentes, um movimento de estudantes e de sindicalistas que se manifestaram. Depois veio a resposta, a favor do governo Bolsonaro, da Lava Jato e contra o STF. Mais recentemente ainda, uma greve geral não conseguiu mobilizar mais do que pouquíssimas pessoas.
O que o brasileiro precisa ter em mente é que o jogo é pesado, com baixarias daqueles que perderam a mamata do dinheiro fácil
Existe, sim, desde o começo do atual governo, um clima de suspense e incertezas. Pode ser pelo jeito do atual presidente da República de governar, às vezes intempestivamente, por meio das redes sociais, com medidas polêmicas e no duro no trato com as pessoas. Também lhe faltam traquejo e experiência. Mas ninguém pode negar que não lhe falta vontade de fazer o bem para o país. Bolsonaro, com o endosso de 58 milhões de brasileiros, conseguiu tirar a esquerda do poder. Só que o Brasil não é para amadores.
O país se encontra no meio de um tiroteio sem precedentes. É a briga entre o bem e o mal, a gana da esquerda psicopata que não assimilou a derrota nas urnas e a entrega do poder à direita. Sim, o mal é a esquerda que ficou no poder durante anos e destruiu, roubou, saqueou, quebrou empresas e deixou 14 milhões de desempregados, com a economia em frangalhos. O mal é Lula, que está na cadeia, e seus asseclas. O mal são seus seguidores que viviam agarrados no governo, sindicalistas, setores da imprensa, funcionários públicos que recebem aposentadorias astronômicas, membros do Legislativo e Judiciário que vivam das benesses, dos mensalões e petrolões. O mal são as entidades lideradas por esquerdistas, que querem a queda do atual governo, ou de advogados do “movimento democrático” que jogam contra o ministro Sergio Moro e a Lava Jato.
Essa esquerda diabólica, que tem meia dúzia de gatos pingados em diversos setores da sociedade, deseja porque deseja o poder novamente, a que custo for. E para isso faz de tudo, joga sujo e baixo, sem escrúpulos, enquanto engendra mecanismos para desestabilizar o atual governo.
O que o brasileiro precisa ter em mente é que o jogo é pesado, com baixarias daqueles que perderam a mamata do dinheiro fácil, do dinheiro na cueca e escondido nos apartamentos. Os deputados que tinham cargos fáceis nas empresas estatais, oportunidade de ouro para desvio de verbas públicas, não se conformam de o presidente da República não ceder a seus interesses pessoais.
Leia também: Quando direita e esquerda se encontram (artigo de Pedro Ribeiro, publicado em 24 de junho de 2019)
O brasileiro terá de escolher, não tem jeito. Ou rejeita peremptoriamente a esquerda, escorraçando-a para o bueiro, ou a abraça de vez. É só olhar os exemplos de alguns países e como vivem seus cidadãos, e pensar se gostaríamos de viver lá. Temos países esquerdistas e governantes ditatoriais, como a Coreia do Norte, Cuba, Venezuela e algumas nações africanas. E temos países liberais e democráticos, como os Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e Alemanha, entre outros. Em quais deles o leitor gostaria de viver? Curiosamente, esquerdistas pelegos procuram esses últimos, e não os primeiros, para se refugiar. Por que será?
Nos últimos dias, orquestra-se uma campanha difamatória e irresponsável, com escuta ilegal das conversas do ministro Sergio Moro com os procuradores da Lava Jato. Conversas normais e legais dentro de um processo jurídico que nada tem de errado ou suspeito. Porém, a esquerda e os inocentes úteis querem achar um meio para derrubar o ministro da Justiça e anular os processos dos condenados na Lava Jato.
É aqui que entra a população brasileira, através das manifestações de rua. Temos de mostrar de que lado estamos. Do lado do ministro Sergio Moro, da Polícia Federal e dos procuradores federais, que a meu ver são heróis nacionais? Ou do lado de Lula e do Intercept? 30 de junho será a data de escolhermos para que lado queremos que o Brasil caminhe, e qual país queremos deixar para nossos filhos, netos, bisnetos e descendentes.
Cláudio Slaviero, empresário, é ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e autor de A vergonha nossa de cada dia.