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Após viver semanas caóticas com a maior catástrofe da história, o Rio Grande do Sul entra em uma nova fase: a maratona da reconstrução e da superação. Nos próximos meses e anos, vamos estar em uma corrida de longa distância. Com um caminho tortuoso, a retomada e superação do RS vai exigir muito de todas as autoridades.
A sociedade civil gaúcha através de empresários e trabalhadores já demonstrou grande eficiência e vontade na disponibilização de mão de obra e recursos para a reconstrução do estado, como o caso da iniciativa do Instituto Ling, que já disponibilizou R$ 50 milhões para esse objetivo. Os esforços de reconstrução devem assegurar que as comunidades se tornem mais seguras do que antes do desastre. Daí a importância da capacidade de transformação da vulnerabilidade em resiliência. Precisamos manter o engajamento da sociedade civil do RS e de todos os estados brasileiros.
Conforme apontam especialistas, a reconstrução do estado precisará passar por algumas importantes fases. A primeira delas consiste em restaurar os acessos das cidades e planejar moradias. Com dezenas de milhares de pessoas vivendo em abrigos, os governos precisam desde já encontrar terrenos e atuar para favorecer as pessoas que perderam suas residências nessa tragédia ou que residem em áreas de risco.
A segunda etapa será a reconstrução de unidades de saúde, escolas e prédios públicos afetados. Hospitais invadidos pela água e danificados devem ser prioridade na reconstrução; em seguida, unidades básicas de saúde e de média complexidade. Escolas públicas e repartições públicas que tenham problemas estruturais causados pela chuva estão em seguida na lista de prioridades para que o atendimento seja normalizado. Parcerias com a iniciativa privada devem ser incentivadas para acelerar a reconstrução dessas estruturas e garantir o acesso a mais recursos privados.
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Por último, as autoridades precisam estar atentas na questão da análise do solo e prevenção. Os recentes episódios de enchentes mostraram a importância do investimento na construção de novos equipamentos de medição dos rios e meteorologia para prevenção de novos desastres. Nesse sentido, arquitetos e urbanistas classificam o processo de reconstrução como uma oportunidade para remodelar todo o sistema de drenagem das cidades.
O Rio Grande do Sul passou por três catástrofes climáticas de diferentes intensidades nos últimos seis meses, o que indica que as inundações podem se repetir e afetar os gaúchos. Cada vez mais é preciso dar ênfase na prevenção para termos garantia de toda essa recuperação que será feita nos próximos meses. Caso contrário, será como construir um castelo na areia.
Matheus Schilling é advogado.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos