Já passou o tempo em que o dinheiro gasto pelas empresas na área ambiental era encarado como custo. Para as grandes empresas, o investimento em melhorias nos processos a fim de reduzir a geração de resíduos e a educação ambiental vêm trazendo resultados positivos, e muitas delas obtêm lucro com isso.

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Atualmente, pequenas e médias empresas enxergaram esta possibilidade e também começaram a procurar melhorias nos processos. As principais causas são as legislações cada vez mais restritivas e os custos de disposição final de resíduos, água e energia elétrica. Estes últimos são os que mais pesam no bolso das empresas.

Os investimentos com redução na geração de resíduos trazem um benefício duplo para as empresas, pois, além da redução no consumo de matérias primas, possibilita uma redução nos custos de disposição final dos mesmos, que hoje gira em torno de R$ 500 por tonelada para resíduos perigosos e R$ 250 para não perigosos.

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As empresas estão criando departamentos e áreas responsáveis pelo chamado QSMS (Qualidade, Segurança, Meio ambiente e Saúde) e contratando profissionais especializados na área de meio ambiente, assim como na área de segurança do trabalho. Estes departamentos têm criado estratégias para promover reduções nos gastos com energia e água, medidas associadas principalmente à conscientização dos colaboradores, evitando desperdícios – por exemplo, os custos com energia elétrica, que dispararam na última década, atingem valores superiores a R$ 200 por megawatt-hora.

A substituição por equipamentos mais modernos, mais eficientes e menos poluentes também tem se tornado comum. Eles consomem menos recursos, geram menos resíduos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas. Estes investimentos têm retorno rápido e, de forma concreta, reduzem os custos de produção das empresas.

Em países desenvolvidos, a exigência da chamada "eficiência ambiental" já acontece há certo tempo, sendo que na maioria deles já funciona na forma do Princípio do Poluidor Pagador – empresas com baixo rendimento, mas que geram grandes quantidades de resíduos, emissões atmosféricas e efluentes líquidos, pagam altas taxas aos órgãos ambientais locais. Estas taxam retornam ao meio ambiente na forma de investimentos nos locais degradados.

No Brasil, a Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei 9.433/97, tem como um dos principais instrumentos a outorga de direito, tanto pela captação de água em rios quanto pelo lançamento de efluentes em corpos receptores. Este é um primeiro passo para a criação de instrumentos similares, que "punem" empresas com baixa eficiência ambiental.

A melhoria do desempenho ambiental de uma empresa não vem apenas de investimentos financeiros em equipamentos mais modernos; também é necessária a contratação de profissionais capacitados na área, desde técnicos a engenheiros ambientais. Estes profissionais são capazes de direcionar os investimentos e criar projetos de melhoria da eficiência ambiental.

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Tiago Luis Haus, engenheiro ambiental e mestre pela UFPR, é coordenador do curso de Engeharia Ambiental da FAE Centro Universitário.