O governo do estado enviou outro pacote de ajuste fiscal à Assembleia Legislativa e, mais uma vez, uma das saídas propostas para recomposição do caixa é a criação de novos tributos. O problema é que o setor produtivo está estrangulado. Hoje, para o desempenho de qualquer atividade empresarial – seja na área de educação, de saúde, de produção de bens de consumo ou de serviços –, o primeiro custo a ser pago são os tributos. O Estado é o principal sócio do empresário.
Poucas cadeias produtivas do Paraná estão conseguindo se manter sustentáveis. Empreendedores tiram da própria carne para continuar de portas abertas. Como presidente do conselho de administração de uma cooperativa de crédito, atualmente temos feito mais renegociações para empresários, pequenos e grandes, que estão tendo dificuldades para permanecerem trabalhando. São obrigados a fazer cortes, o que fortalece os índices de desemprego no país. O Brasil chegou ao absurdo sétimo lugar na lista dos países com os maiores índices de desempregados, com 11,6% da população sem trabalho. O que significa menos renda, menos riqueza para ser distribuída. Como, então, podemos pagar mais impostos?
Poucas cadeias produtivas do Paraná estão conseguindo se manter sustentáveis
O processo orçamentário do estado possui leis que aumentam as despesas ano a ano. No momento de o governo calcular gastos, percebe que a sua conta também não fecha. Não há dinheiro para todos os poderes, que brigam pelos recursos, e nós, cidadãos, nos vemos obrigados a trabalhar cada vez mais para colocar mais dinheiro a serviço do poder público.
É um ciclo que vem se repetindo. O Paraná precisa rever suas posições e acabar com esse modelo. O recurso existente pode ser suficiente, se administrado de forma sensata.
Na busca por desenvolvimento econômico, além de quebrar esse ciclo – em que se aumenta impostos para recompor caixa – e de reduzir gastos, o Executivo precisa criar políticas para o crescimento e ouvir a voz da população. O pacote de medidas do governo estadual gerou insatisfação e a sociedade civil, mobilizada, manifestou-se em audiências públicas realizadas por deputados estaduais na Assembleia Legislativa.
O impasse, agravado pela falta de diálogo, fez com que o governador Beto Richa recebesse lideranças do setor produtivo e sentasse à mesa para conversar. Ele prometeu abrandar alguns pontos do projeto que trariam novos custos aos empresários. Ainda há descontentamento com o pacote e o setor produtivo continuará exercendo pressão sobre a Assembleia Legislativa para que não aprove os pontos do texto que não atendem aos interesses dos empresários e dos paranaenses. O Paraná precisa de menos tributos e mais empregos.
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