Em 2009 foi lançada a primeira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, que proporciona a milhões de famílias a garantia de moradia digna, um dos direitos sociais mais importantes. De acordo com o Ministério das Cidades, mais de 2,2 milhões de casas e apartamentos do Minha Casa, Minha Vida I e II foram entregues desde então, mas precisamos ir além.

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Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mais de 73% das famílias que figuram no déficit habitacional são de baixa renda, ou seja, recebem até três salários mínimos. Isso porque as financeiras restringem o crédito para essas famílias, daí a urgência em se lançar o Minha Casa, Minha Vida III.

Mas por que mais precisamos do Minha Casa, Minha Vida? Inúmeros motivos reforçam meu engajamento pelo lançamento imediato da nova fase do programa. Na esfera econômica, os incentivos e facilitações do Minha Casa, Minha Vida geram benefícios em cadeia: a compra da casa própria movimenta o setor da construção civil, que garante empregos. Após a conclusão das obras, os novos proprietários precisam mobiliar a casa, o que movimenta o comércio varejista com o Minha Casa Melhor; e assim sucessivamente.

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Propiciar moradia digna para os cidadãos e cidadãs é pensar no bem-estar social

O programa aquece a economia e atende a demanda por moradia. No entanto, a interação entre o governo federal, empresas de construção civil e movimentos sociais por moradia, bem como cooperativas de crédito, é necessária para garantir mais uma fase. Em Brasília tenho articulado esse diálogo com as principais lideranças e conversado com as secretarias, empresários, prefeitos e, inclusive, com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para que o programa avance ainda mais.

Entendo que propiciar moradia digna para os cidadãos e cidadãs é pensar no bem-estar social. Na minha cidade, quando fui prefeito, vivi uma das emoções mais fortes da minha vida: inaugurei um conjunto habitacional. Há oito anos isso não acontecia em Cruzeiro do Oeste e pude ser protagonista, junto com meus conterrâneos, desta conquista.

No Paraná, conforme o Ministério das Cidades, foram entregues 55 mil unidades habitacionais no Minha Casa, Minha Vida I. Após 2011, na etapa II, o número superou 105 mil apartamentos e casas. Os números são significativos, embora o governador Beto Richa desdenhe as ações do governo federal e, ao mesmo tempo, paradoxalmente surrupie essas iniciativas como sendo do governo do estado, sem nem sequer citar os ministérios ou a presidente Dilma Rousseff.

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Outro ponto muito importante é o Minha Casa, Minha Vida Rural, que leva estrutura para as comunidades quilombolas e ribeirinhas, aos assentados e pequenos agricultores. Outro dia escrevi sobre a importância do Plano Safra tanto economicamente quanto para a qualidade dos alimentos consumidos por nós. Concomitantemente, oferecer moradia digna também aos habitantes de áreas rurais permite avanços sociais na agricultura e potencializa o trabalho no campo.

Por esses e outros motivos precisamos do Minha Casa, Minha Vida. Como parlamentar, renovo meu pedido aos responsáveis para que a nova fase do programa seja lançada e, como paranaense, cobro mais lisura do governo do estado em reconhecer a atuação do governo federal nas ações habitacionais.

Zeca Dirceu é deputado federal (PT-PR).