Minorias, cada vez mais minorias... até quando seremos obrigados a conviver com mensagens panfletárias e folhetinescas dessa natureza, as quais têm por objetivo colocar mais carvão no braseiro da ideologia? Tudo regado por dinheiro público farto, abundante, como ocorreu na era Lula/Dilma. Vamos colocar os pingos nos “is” neste breve trajeto para não sermos tragados por frequentes distorções, subliminares, enganosas.
Não somos todos iguais perante a lei, proibidas as distinções de classe, cor, religião, raça, sexo etc.? As minorias, formadas pela soma das individualidades singulares do seu contexto, estão, pelo que sei, tão protegidas quanto as maiorias, pelas leis e pela Constituição do nosso país, sem nenhuma distinção. No mais, é puro trololó e extasiado frenesi, deliberadamente fabricado por pajelança de pura extravagância! Qualquer lesão ao direito pode ser reparada pelos meios recorrentes: Defensoria Pública e Ministério Público, com a devida apreciação por parte do Poder Judiciário. Acresce dizer, ainda, que estão assegurados aos seus membros o direito de ir e vir, o direito de associação e de livre manifestação, o direito de filiar-se ao sindicato da sua categoria, a fruição dos direitos trabalhistas, econômicos, políticos e sociais, previstos na Constituição Federal e nas leis infraconstitucionais.
É razoável dizer que o marxismo absteve-se de existir como teoria válida do conhecimento e da realidade
Na verdade, tudo teve origem a partir dos fundamentos teóricos de Herbert Marcuse, um expressivo filósofo dos idos da era da Escola de Frankfurt, do século passado, que desacreditou no poder revolucionário da classe operária previsto por Karl Marx simplesmente porque, na sua visão, os trabalhadores haviam se deixado corromper pelas benesses e vantagens obtidas no regime capitalista. Diante dessa “constatação”, a revolução haveria de ser patrocinada pelos marginalizados de toda ordem: o lumpemproletariado (desempregados crônicos) e os excluídos socialmente. Convenhamos que a “descoberta” de Marcuse foi uma verdadeira revogação marxista dos desdobramentos históricos, afiançados por sua lógica dialética e pelo determinismo histórico.
Parte significativa e majoritária da esquerda brasileira, de posse dessa orientação, associou-se aos dispositivos políticos de Antonio Gramsci (teórico e fundador do Partido Comunista Italiano) pelos quais, para destruir a classe burguesa e o sistema de vida ocidental, seria absolutamente necessário trabalhar pela desconstituição dos seus valores culturais e, por via de regra, da superestrutura – família, propriedade privada, democracia, direito, filosofia, religião, ordens moral e educacional etc. Os soldados de Marcuse e de Gramsci puseram-se, a partir daí, em cansativa e compulsiva marcha, com a firme disposição de desenvolver a guerra cultural.
Flávio Gordon: A dor de viver como os pais: o fantasma de Maio de 1968 (publicado em 2 de maio de 2018)
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Desde então, as “minorias” foram apossadas por essa gente, que descartou os ensinamentos de Marx na primeira oportunidade para formar o caldeirão político da militância, guiada pela orientação dos filósofos já mencionados. Fácil compreender essa agitação toda. Conspiração, seria devido dizer. A guerra, agora, não está sendo guiada pelos estampidos das armas de Lenin, Trotsky, Stalin, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro e Pol Pot, nem pelos exércitos institucionais e pelo petróleo de Hugo Chávez e Maduro, mas por militantes aguerridos e obcecados pela ideologia – entre eles, assanhados jornalistas, professores, sindicalistas e religiosos simpatizantes da causa.
Na verdade, a esquerda não tem uma única diretriz e estratégia. Há o materialismo histórico, associado à lógica dialética, de Karl Marx (ainda não comprovado historicamente, é bom dizer). Há o voluntarismo das armas no enfrentamento de exércitos regulares; seja o posto em prática por Lenin, Trotsky, Stalin e Mao, em sociedades eminentemente agrárias, seja o das guerras de guerrilha de Che Guevara e Fidel Castro, com emboscadas, sabotagens e tomada de cidades e lugarejos, culminando no foquismo (inicia-se um foco guerrilheiro, geralmente na área rural, com a intenção de envolver o povo na luta revolucionária), assimilado pela teoria do francês Régis Debray, muito conhecida nos anos 70. Passa, em outra vertente, pelas lutas culturais e das “minorias”, com o objetivo de dizimar os valores das sociedades fundadas na tradição judaico-cristã.
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É razoável dizer que o marxismo absteve-se de existir como teoria válida do conhecimento e da realidade, cujo desfecho seria absolutamente inevitável em sociedades com elevado grau de industrialização, em face das contradições que geraria: exploração dos trabalhadores pela “mais valia”, redução da taxa de lucros, eliminação dos concorrentes de pequeno porte, produção que se acumularia por falta de consumo e desemprego crescente. Cognitivamente, tudo isso, do ponto de vista marxista, poderia ser resumido em determinismo histórico – o que, porém, a despeito das boas intenções de Marx em entregar de bandeja o seu “socialismo científico” em contraposição às “utopias” de então, confirmou o surrado e corrente aforismo: a teoria na prática é outra!
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