Dia 15 será dia nacional de protesto (contra corrupção, mensalão, petrolão, burocratização, privilegiação, eteceterão). Em junho de 2013, as passeatas civis e pacíficas foram abortadas por agitadores e vândalos, que assim sonegaram esse direito ao povo, que com seu trabalho e seus impostos paga os poderes e serviços públicos – inclusive a Polícia Militar, a quem “cabe a preservação da ordem pública”, conforme a Constituição.
É o momento de fazer algumas perguntas à PM: Como os agitadores agem de forma dispersa e com mobilidade ligeira, será inteligente continuar a oferecer a eles o grande alvo apenas defensivo e praticamente imóvel dos pelotões de PMs abrigados atrás de escudos? Lançando a esmo granadas de gás e atirando com balas de borracha, detrás desses blocos escudados, a PM não estará novamente ajudando a liquidar com as passeatas em vez de visar especificamente os vândalos e agitadores?
Depois das jornadas de junho de 2013, até o mais ingênuo dos cidadãos desconfiou que a ação dos vândalos só beneficiou quem teme as reivindicações de ordem e decência da população honesta e trabalhadora
E mais: Não será preventivo, para inibir as ações desses marginais, infiltrar policiais à paisana nas passeatas, com o objetivo de explicitamente filmar/fotografar suas ações? Não será produtivo, para sua detenção, a formação da tropa em unidades de ação formadas por dois ou três homens, mesmo que escudados, mas também com mobilidade ligeira? Caso adote uma formação de campo também dispersa e ligeira, continuará a PM com comunicação restrita a oficiais, assim engessando as iniciativas de ação por falta de comunicação com o comando e os reforços e serviços de apoio? Quanto ao preparo físico e ao moral da tropa (coragem e resolução), serão enviados para a frente de ação policiais barrigudos e obesos, ou estes ficarão na retaguarda para os serviços de apoio, ficando a ação móvel a cargo dos bem preparados física e moralmente?
Sintetizando: continuará a PM a visar e castigar a massa ordeira ou visará e deterá a minoria desordeira, para isso adequando táticas, recursos humanos e instrumentos?
Depois das jornadas de junho de 2013, até o mais ingênuo dos cidadãos desconfiou que a ação dos vândalos só beneficiou quem teme as reivindicações de ordem e decência da população honesta e trabalhadora. Agora, as ações da PM evidenciarão de que lado ela estará, garantindo a ordem que é seu dever constitucional ou ajudando a dissolver o clamor republicano dos que querem um país decente.
Nas ruas, já que é o canal de expressão consequente que resta à população, não apenas os governos e poderes públicos estarão em julgamento público, mas também a Polícia Militar, que pode começar a escrever uma nova história para si e para o país.