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Mudança de presidente! O que esperar?

Agora que o novo presidente não é mais interino, o que podemos esperar até o fim de seu mandato, em 2018, em relação ao desempenho da economia brasileira? O documento “Uma ponte para o futuro”, do PMDB, e a escolha da equipe econômica são sinais claros de que o novo presidente tem intenção de ir por um caminho mais seguro e promissor em relação ao conjunto de políticas econômicas a ser adotado.

O citado documento aponta, de forma correta, o problema fiscal como sendo um dos principais a serem resolvidos atualmente para que a economia brasileira possa retornar à trajetória de crescimento de forma sustentável, e a atual equipe econômica tem plena consciência disso. O documento expõe a necessidade de realização de reformas importantes para tornar sustentável a trajetória da dívida e da inviabilidade de se fazer isso via aumento dos impostos, no longo prazo.

A tarefa de reunir uma base política forte para aprovar medidas impopulares, mas necessárias não será fácil

No entanto, por causa das várias fissuras que foram provocadas pelas turbulências políticas e sociais nos últimos anos, da situação econômica frágil herdada dos governos anteriores, do pensamento de curto prazo da sociedade brasileira e, como consequência, de nossos políticos, além da baixa popularidade do novo presidente, a tarefa de reunir uma base política forte o suficiente para aprovar medidas impopulares, mas necessárias para a retomada do crescimento não será fácil.

O novo governo já deu sinais de que está disposto a fazer concessões para certos grupos da sociedade e políticos para conseguir aglutinar apoio, mas que vão no sentido oposto à necessidade do ajuste fiscal. Talvez não haja outra forma de se fazer isso, mas acaba comprometendo a credibilidade da equipe econômica, dificultando o ajuste, além de deixar perplexa parte da sociedade que não recebe tais benefícios.

Por exemplo, como a sociedade pode considerar justos aumentos salariais acima da inflação de servidores públicos que já têm salários relativamente elevados e estabilidade, em um momento em que boa parte dos trabalhadores está perdendo emprego e experimentando redução nos salários reais?

Por um lado, vejo boas intenções do novo governo em termos econômicos, além da consciência e tentativa de se formar uma base política crucial para tocar as reformas. No entanto, me preocupa a instabilidade política, a insatisfação popular e o curto período de tempo que o atual governo tem para começar a mostrar de forma mais clara que tem vontade e capacidade na realização das reformas necessárias.

Não há como escapar dos sacrifícios que teremos de fazer no curto e médio prazos para que a melhora das expectativas possa se traduzir em melhoras no cenário econômico e para que o futuro da economia brasileira seja mais promissor. Acredito que temos a capacidade de fazer as escolhas corretas e que, desse forma, a economia apresente uma reação a partir de 2017 e continue em uma trajetória positiva nos próximos anos. No entanto, nada está garantido.

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