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Opinião 2

Na contramão de interesses e privilégios

Um ano difícil, de grandes desafios e responsabilidades. Assim será 2013. Assumimos a administração municipal em uma época na qual a criatividade deu lugar às incertezas. Além de colocar em prática nosso plano de governo, temos ainda pela frente o desafio de lidar com as heranças que nos foram deixadas. Problemas não resolvidos pelas recentes administrações, quando decisões equivocadas foram tomadas com base em interesses políticos. Os primeiros indicadores apontam uma situação no mínimo desconfortável, incomum para a história de Curitiba.

Peço a todos um prazo para avaliação da administração. Em 100 dias poderei dizer com clareza como estava e como está a prefeitura que assumimos. Ao longo desse período, avaliaremos contratos, dívidas, pessoal, projetos e capacidade de endividamento. É urgente verificar a razão de dívidas, restos a pagar, empenhos cancelados, serviços não pagos, obras incompletas e até mal executadas, e os equipamentos inaugurados no fim do ano sem contratação de pessoal para manutenção. Nos próximos dias dedicaremos especial atenção à análise de algumas heranças.

Neste momento já posso citar o rombo no transporte coletivo, que se agrava com passivos, déficits, distância entre custo e tarifa e com a possibilidade de suspensão do subsídio, que foi criado em ano eleitoral. Tudo isso após recente licitação, que deveria garantir o equilíbrio do sistema por muitos anos. Quero citar também a paralisação das obras na Avenida Fredolin Wolf e das obras da Linha Verde Sul, por causa da alteração do projeto sem prévio aviso ao Ministério das Cidades, responsável pelos repasses. Também teremos de administrar o atraso e suspeitas em obras do PAC da Copa, como a Avenida Marechal Floriano Peixoto, o viaduto estaiado, a reforma da Rodoferroviária, a revitalização da Avenida Cândido de Abreu e o repasse de potencial construtivo para obras na Arena. Não vamos paralisar ou reclamar, mas, de forma transparente e por obrigação, apresentaremos a situação para a cidade.

Nestes primeiros 12 meses, já colocaremos em prática algumas medidas. Na educação, quero ser o prefeito que irá deixar um legado imaterial para nossa cidade. Nossa meta é ampliar dos atuais oito para 13 anos a média de permanência dos curitibanos na escola. Isso trará benefícios sociais, na economia, na saúde, nos esportes e na segurança. De Brasília recebemos a informação de que recursos para a construção de creches estão praticamente assegurados para 2013. Com recursos próprios e orçamentários, a cidade terá pelo menos 20 novas creches. Isso irá ajudar a cumprir nossa meta de abrir 15 mil novas vagas nos próximos quatro anos.

Na saúde, até o fim de 2013 estaremos com os projetos do Hospital Norte e do Hospital da Mulher, na região Sul, encaminhados para início de execução. Neste ano também reformaremos ao menos 50 unidades básicas de saúde. No primeiro semestre, vamos estabelecer o terceiro turno nas unidades de saúde onde há maior demanda, principalmente na região Sul.

Para terem valor, propostas não precisam ser registradas em cartório. Precisam ser cumpridas. Montamos uma equipe técnica competente para levar adiante todas as propostas contidas no nosso plano de governo. Peço a compreensão da população nos primeiros meses. Desejo a todos um ano de realizações, paz, saúde e fraternidade, e que Deus nos ilumine.

Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba, tomou posse no dia 1º de janeiro.

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