Mais uma vez o governo tenta jogar nas costas dos brasileiros a conta de sua má gestão financeira. O que ele quer, na verdade, travestido de ajuste fiscal, é aumentar impostos, particularmente através da CPMF. E isso nós não podemos permitir. O governo gasta mal, desperdiça demais, distribui privilégios demais e nunca reconhece que as dificuldades do poder público no Brasil estão muito mais relacionadas à má gestão dos dirigentes e ao excessivo tamanho do Estado do que à insuficiência de recursos. Quem não sabe gastar vai querer sempre mais e nunca será suficiente. Vamos dar um basta a essa prática. Juntar nossa voz à voz dos brasileiros sensatos e preocupados com o futuro do país e dizer um “não” definitivo ao aumento de impostos. E dizer “não” ao aumento de impostos significa dizer “não”, nas eleições, aos parlamentares que disserem “sim” agora.
Quem precisa de mais que um ajuste, de uma reforma profunda, é o Estado brasileiro
Antes de qualquer tentativa nesse sentido, o governo deveria se perguntar: “quanto vale o serviço que nós prestamos aos cidadãos?” Ou, em outras palavras, quanto os brasileiros devem pagar pela saúde e educação que recebem, pela segurança que têm e pela infraestrutura à sua disposição? É essa a qualidade e a quantidade de serviços públicos que deve nos oferecer em troca da absurda carga tributária que nos impõe?
Os debates devem começar por aí, como uma espécie de agenda da sociedade para os ajustes fiscais, políticos e institucionais que precisam ser feitos antes de qualquer tentativa de aumentar impostos. Quem precisa de mais que um ajuste, de uma reforma profunda, é o Estado brasileiro. E de uma reforma em que os cidadãos decidam qual o tamanho do Estado e dos serviços em padrões aceitáveis que estão dispostos a bancar com os seus impostos. O número de ministérios, a quantidade de cargos em comissão e de empresas estatais, tudo deveria ter o aval da sociedade em dispositivos institucionais, sem os atalhos que os políticos conhecem tão bem. As obras inacabadas, os projetos caros e inexequíveis, tudo isso exige que alguém seja responsabilizado porque, afinal, custa dinheiro e o dinheiro público só tem uma fonte: os impostos pagos pelos cidadãos.
Mas os atores diretamente envolvidos no processo e nas propostas para reverter a crise que nos atinge não se preocupam com essas questões.
Alguém tem notícia de alguma reunião da presidente com os ministros para cortar despesas correntes? E como podem pensar em aumentar a carga tributária meses depois de multiplicar, por exemplo, as verbas parlamentares e as verbas destinadas aos partidos políticos? Sua estratégia para aprovar as medidas propostas segue a velha cartilha do toma lá dá cá e todos nós podemos ter certeza de que, se o governo tiver sucesso em suas investidas, nós vamos pagar indiretamente uma conta muito mais salgada do que a alíquota proposta para a CPMF.
Os valores republicanos e da democracia brasileira precisam ser revistos. Os defeitos superam largamente as virtudes e todos os dias somos surpreendidos com malfeitos que se originam no aparelhamento do Estado pelas indicações políticas. E o governo quer nos cobrar mais impostos como se não lhe coubesse qualquer parcela de culpa nesse mar de escândalos instituído em nome da governabilidade que não consegue conquistar com a respeitabilidade, a ética e a decência inerentes à função pública.
Vamos nos mobilizar. Assumir o país com o movimento de todas as classes sociais – porque todas são prejudicadas –, fazer valer o que queremos e precisamos; não podemos mais perder oportunidades de construir um futuro próspero porque elas são tolhidas pelas políticas equivocadas e decisões infelizes tomadas por quem tem a responsabilidade de nos governar.
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