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 | Albari Rosa/Gazeta do Povo
| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A célebre frase do genial e conturbado filósofo Friedrich Nietzsche, morto em 1900, poderia ter saído de qualquer sessão do Supremo Tribunal Federal brasileiro, tão conturbado, ambíguo e confuso quanto o finado filósofo.

Aos ouvidos e olhos de cidadãos como eu, não ignorante, mas leigo em Direito, parece não haver no mundo fato capaz de convencer a suprema corte de que corruptos, corruptores e quadrilhas, com os mais altos níveis de organização, sentenciam diariamente os brasileiros aos mais cruéis tipos de tortura e escravidão: falta de ensino e consequente ignorância absoluta, falta de saúde básica e consequente agonia nos hospitais, e a ausência da mínima segurança pública.

A possibilidade de os brasileiros terem o mínimo do mínimo é indeferida pela nobre corte diariamente. E faça-se a justiça, mesmo que desabem os céus! Existem apenas interpretações, com uma Justiça sem venda, sem balança, mas com espada.

A possibilidade de os brasileiros terem o mínimo do mínimo é indeferida pela nobre corte diariamente

Recentemente, lembrei-me do conceito de hierarquia de necessidades de Maslow, também conhecido como Pirâmide de Maslow. Trata-se de um conceito criado pelo psicólogo norte-americano Abraham H. Maslow que determina as condições necessárias para que cada ser humano atinja a sua satisfação pessoal e profissional. De acordo com a ideia de Maslow, os seres humanos vivem para satisfazer as suas necessidades, com o objetivo de conquistar a sonhada realização plena.

A Pirâmide de Maslow é dividia em cinco níveis hierárquicos, cada qual formado por um conjunto de necessidades. Na base da pirâmide estão os elementos que são considerados primordiais para a sobrevivência de uma pessoa, como a fome, a sede, o sexo e a respiração. Posso arriscar e afirmar que os brasileiros em geral estão com dificuldades de se manter inclusive neste nível. Estamos a cada dia mais miseráveis, e talvez Maslow tivesse de criar um nível específico para “brasileiros” (nos padrões das imigrações nos Estados Unidos), abaixo do mínimo que ele conhecia.

Do mesmo autor:A pergunta do Cardoso (13 de junho de 2017)

E um país tão rico, tão belo e de dimensões continentais não pode se ajoelhar desta maneira. Novamente recorro a Nietzsche, que sabiamente cita: “é terrível morrer de sede no mar. Por que haveis, então, de salgar a vossa verdade de modo a que não mate já a sede?” Por que continuamos a nos flagelar e a nos enganar, crendo que surgirá um salvador para resolver nossos problemas? Por que continuamos a salgar nossa própria água ao votar em criminosos que nos deixam morrer de sede, sejam eles de esquerda, de direita ou coisa que o valha?

E o filósofo conclui sabiamente: “A principal mentira é a que contamos a nós mesmos”. Fica a reflexão! Orai e vigiai! Que fase!

Eduardo Müller Saboia é técnico e engenheiro industrial mecânico, pós-graduado em Gestão Industrial e Business Management e mestre em Administração Estratégica.
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