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 | Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo

La nave tem um novo capitão. Mas será que ele possui as competências necessárias para levar o Brasil a um porto seguro? Apesar de alguns tropeços iniciais, o novo comandante tem a capacidade de negociar e articular com a sua tripulação para conseguir a aprovação das medidas tão urgentes e necessárias para tirar o país da recessão profunda em que está mergulhado, e reinseri-lo como um player importante na economia mundial, cada vez mais globalizada e interdependente. O novo comandante também nomeou uma equipe de imediatos com competência técnica adequada para impedir que o navio continue a afundar, como demonstram os mais recentes indicadores econômicos.

O presidente tem a grande chance de implementar a reforma da Previdência sem a qual não haverá solução para o enorme déficit público de R$ 170 bilhões previsto para 2016. A reforma das leis trabalhistas também é urgente, uma vez que a CLT é uma das maiores fontes de ineficiência da economia. Finalmente, a reforma tributária precisa ser encaminhada; caso contrário, não seremos competitivos em mercado algum enquanto perdurar a cavalar carga tributária que incide sobre os agentes econômicos que geram valor agregado. Precisamos destas reformas já!

É evidente a necessidade de investimentos na infraestrutura para reduzir o tão famigerado “custo Brasil”

Mas isso só não basta! Vários setores da economia pedem atenção. Há produtores paranaenses de soja com excelentes níveis de produtividade – da porteira da fazenda para dentro –, mas, quando chega o momento de transportar a safra, os desafios começam: os caminhões trafegam das estradas esburacadas para portos ineficientes, com baixa capacidade de processamento e armazenagem; com isso, os investimentos em processos e em capacitação profissional se perdem pelo caminho. O mesmo vale para a indústria e para o comércio. Fica evidente a necessidade de investimentos na infraestrutura para reduzir o tão famigerado “custo Brasil”. Precisamos criar condições estáveis e de longo prazo que tornem os investimentos nessa área atrativos, como a aceitação de taxas de retorno compatíveis com o mercado.

O atual governo também precisa reduzir rapidamente a burocracia descomunal, lenta, ineficiente e desnecessária que faz com que o custo transacional no Brasil seja altíssimo. As medidas descritas são essenciais para que o país retome o crescimento e a prosperidade com inflação baixa, alto nível de emprego e déficit público controlado.

Mas só isso ainda não basta! É necessário que os cargos nos órgãos públicos, ministérios, autarquias e companhias de economia mista sejam preenchidos por pessoas de comprovada competência técnica e ilibada reputação, à luz do único critério possível: o mérito. Somente assim será viável pensar, planejar e gerenciar o Brasil como um país sustentável e preparado para o futuro.

A sociedade civil, como principal agente de mudança, também precisa fazer a sua lição de casa por meio do voto consciente em partidos com programas coerentes e em políticos sérios e, sobretudo, honestos.

Finalmente, como condição sine qua non, é absolutamente imprescindível que o combate implacável à corrupção continue em todos os níveis; o impeachment não pode ser o epílogo da luta contra os corruptos.

Se o presidente, com o apoio das instituições e da sociedade, conseguir encaminhar o descrito, a confiança no nosso país estará restabelecida. E então, finalmente, estaremos no rumo certo!

Andreas Hoffrichter é conselheiro de administração certificado pelo IBGC.
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