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Nós não nos rendemos!

Exames confirmam novos casos de coronavírus no Paraná. (Foto: Divulgação/Sesa)

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Como você está? A pergunta não é retórica. Estamos interessados na resposta. Difícil dizer que está tudo bem, como de costume. Muita coisa mudou nas últimas semanas e certamente as mudanças vão continuar. Dias atrás, alguém questionou sobre quando nossas vidas vão voltar a ser como antes. Talvez nunca, porque o mundo provavelmente não será mais o mesmo daqui para a frente. Mas ele pode ficar melhor. Passada a pandemia, talvez tenhamos cicatrizes, é verdade, mas estaremos mais fortes, mais solidários, mais humanos.

No Paraná, estamos empenhados na busca das melhores soluções para enfrentar a guerra contra o novo coronavírus. O governador Ratinho Junior tem liderado a equipe de secretários e servidores de diversas áreas em três frentes de planejamento. Precisamos estar preparados para atender da melhor maneira as pessoas que tiverem necessidade de leito hospitalar, com segurança para os profissionais de saúde. Proteger a vida é a missão número um.

O estado também tem de garantir que não haja desabastecimento e que produtores agrícolas, transportadores, indústria, comércio e serviços de áreas essenciais continuem atuando, além de apoiar empreendedores e evitar demissões em massa. Cuidar da economia também é tarefa do Estado e, nesta primeira etapa, o governador já anunciou um conjunto de ações que soma R$ 1 bilhão para estimular a atividade econômica e preservar o emprego e a renda dos paranaenses. E, terceiro, é necessário trabalhar no que virá depois. Como será o retorno às aulas, como manter os serviços prestados à população com a queda de arrecadação, que modelo de gestão de pessoas e recursos deverá ser usado?

Durante a Segunda Guerra Mundial, o então primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, fez um discurso que ficou famoso no mundo inteiro e é válido relembrar alguns trechos. “Eu tenho plena confiança de que, se cada um fizer o seu dever, se nada for negligenciado, e se as providências certas forem tomadas, e elas estão sendo tomadas, nós vamos provar para nós mesmos, uma vez mais, que somos capazes de defender a ilha que é o nosso lar”, afirmou, a respeito do papel de cada pessoa naquele momento. “Nós lutaremos nas praias, nós lutaremos nas pistas de pouso, lutaremos nos campos e nas ruas, nós lutaremos nas colinas, nós nunca nos renderemos”, acrescentou, sob aplausos.

Hoje não falamos em proteger territórios. Mas nós também não podemos e não nos renderemos ao vírus e seus efeitos. Para vencê-lo, entretanto, novamente cada cidadão precisa fazer a sua parte. Quem pode ficar em casa, os que podem trabalhar em home office, têm o dever de fazer isso. Os idosos, os que são dos grupos de risco, esses têm o direito e também o dever de ficar em casa. Os que atuam em atividades essenciais, ao contrário, não podem parar. Devem se proteger, evidentemente, mas a sociedade precisa continuar contando com o trabalho de médicos, enfermeiros, policiais, bombeiros, transportadores e tantos outros, como os que garantem o fornecimento de alimentos e também de água, de energia elétrica, de telefonia e internet, que ajudam no enfrentamento do isolamento social. Assim como os que atuam nas áreas de limpeza e higiene, tão necessárias atualmente.

Por outro lado, é preciso evitar aglomerações. O Estado pode atuar, exigindo, multando os que descumprem as orientações, mas optamos inicialmente pela orientação. É possível haver conscientização dos riscos que envolvem a realização de eventos, atividades culturais e esportivas, festas e celebrações religiosas. Mesmo nas empresas é preciso mudar o que for considerado perigoso. Dividir o trabalho em turnos, enviar os trabalhadores do grupo de risco para casa, conceder férias são algumas das possibilidades, mas cada um pode encontrar a melhor solução.

E, quando pensamos em solidariedade, os trabalhadores autônomos podem ser alvos dela. Diaristas, manicures e outros prestadores de serviços, que muitas vezes frequentam as casas das famílias por anos, não podem ter seus rendimentos reduzidos a zero. O governo federal e também o estadual estão lançando pacotes de ajuda financeira, mas cada um pode fazer sua parte, ajudar, presentear, ser generoso.

Trabalhamos com análises, previsões, estudos, ouvindo autoridades, especialistas, acompanhando a evolução de cada dado. Quando tudo passar, queremos estar do lado certo. Todos nós. Protegendo as pessoas que amamos, as que servimos com nossas profissões, as que estão sob nossa responsabilidade direta ou indiretamente. Vivemos um momento único. Momento de fazer parte da história.

A respeito de proteger os que amamos, especialmente os idosos, um amigo fez uma observação bem apropriada e que pretendo desenvolver melhor em outro momento, porque considero essencial. Muito do que somos e temos, devemos a nossos pais e avós. “Fundaram a Copel em 1954, financiaram os postes que iluminam as ruas, o asfalto que usamos e outras coisas que usufruímos. Além de nos gerar, nos criar e nos trazer até aqui. Muito mais que gratidão, devemos honra a eles”, defendeu. Ele tem razão. Não se trata de benevolência ou favor. É uma questão de honradez.

Valdemar Bernardo Jorge é secretário de Planejamento e Projetos Estruturantes do governo do Paraná.

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