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Felipe Lima

Neste sábado, a Igreja Católica comemora a festa de Nossa Senhora de Lourdes, que em 1858 apareceu a Santa Bernadette Soubirous na França. Neste ano, os católicos têm uma motivação especial para recordar as festas de sua Mãe: celebra-se em todo o Brasil um Ano Mariano, iniciativa da CNBB tendo em vista os 300 anos do encontro, nas águas do Rio Paraíba, da imagem de Nossa Senhora em Aparecida, interior paulista. O Ano Mariano se iniciou em 12 de outubro do ano passado e vai até 11 de outubro deste ano. Como afirma o cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, é um ano para “celebrar, comemorar e reaprender”.

E 2017 também traz outra memória muito agradável para a Igreja no mundo inteiro, mas especialmente nas nações lusófonas, como o Brasil: os 100 anos da aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, no vilarejo português de Fátima. Ao lembrarmos Nossa Senhora nestes dois contextos históricos, a comunidade católica recebe alguns chamados muito especiais.

Neste Ano Mariano devemos celebrar a paz em todos os continentes e com todos os povos

Diante das crises que se propagam no mundo todo, sejam elas financeiras, ecológicas ou de violência, Maria nos leva a celebrar a vida no Deus que criou todas as coisas e as ofereceu para o ser humano e sua salvação. Neste Ano Mariano devemos celebrar a paz em todos os continentes e com todos os povos. Em nosso Brasil, recordemos a bondade de Nossa Senhora e a esperança que ela teve em seu filho Jesus, esperança essa que nunca morreu entre nós e alimenta o sonho de uma nação forte.

O Ano Mariano também traz a recordação de um fato histórico que iluminou, por séculos, a fé de toda a nação brasileira. Um país marcado pela fé e que é chamado, como diz o papa Francisco, a ampliar seus horizontes: “O resultado do trabalho pastoral não se assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor”. É desse amor que precisamos em nossas famílias e em todas as comunidades, cristãs e não cristãs; que ele seja a nossa língua comum. O amor que nos ajudará a nos mantermos focados no trabalho e na perseverança da oração, no mistério que nos envolve. Na casa de Nazaré, Jesus aprendeu com seus pais a rezar e a trabalhar; que esses sejam pilares da construção de famílias edificadas para a transformação da sociedade.

Maria ainda nos convida a aprender de novo, diante das coisas que já achávamos que sabíamos. Poderíamos bem conjugar esse verbo ao lado do recordar – lembrar as coisas do coração. Um Ano Mariano para lembramos que nosso aprendizado se dá no testemunho do evangelho todos os dias. Francisco pede a todos nós que sejamos “evangelhos vivos” para uma Igreja samaritana, acolhedora, que vá às periferias existenciais. Maria nos lembrará e ensinará sempre a promovermos a vida e a confiarmos na voz de seu Filho.

Lourdes, Aparecida, Fátima: que Ela interceda por nós e nossas famílias, e juntos sonhemos o Reino de Deus, que possa chegar com vida e felicidade para todos. Assim como Santa Bernadette, que possamos ir ao encontro dEla na “Massabielle” do Coração de Jesus.

Rivael de Jesus Nacimento, sacerdote, é reitor do Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Lourdes, no Campo Comprido, em Curitiba.
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