O presidente dos EUA, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk| Foto: Will Oliver/EFE/EPA
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O mundo tem testemunhado uma transformação política significativa. A ascensão de Donald Trump nos Estados Unidos, o resultado das eleições na Alemanha, o fortalecimento de movimentos conservadores na Europa e a crescente influência de figuras como Elon Musk demonstram uma mudança profunda no cenário político global à direita, com uma onda conservadora crescente. .

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No Brasil, que se aproxima das eleições de 2026, essa onda conservadora também se reflete em um eleitorado cada vez mais desacreditado em relação às políticas do governo de esquerda. Por isso mesmo, a pacificação da direita e sua capacidade de articulação deve ser mais que um mero presságio da derrota da esquerda em 2026, é algo extremamente necessário.

A fala do vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, na CPAC 2025, reforça o ponto central da estratégia política de Donald Trump: uma diplomacia baseada no pragmatismo e na força. A abordagem tem sido clara ao enfatizar que os Estados Unidos devem se afastar de conflitos prolongados e onerosos, ao mesmo tempo em que reforçam o poder econômico e militar.

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A onda conservadora e a virada à direita na Europa não é um fenômeno isolado. O crescimento do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) e de outros movimentos conservadores em países como França, Itália e Espanha reflete uma rejeição popular às políticas progressistas que, para muitos, resultaram em crises migratórias, insegurança em vários espectros e declínio econômico.

A direita brasileira tem todas as condições para consolidar sua força política, desde que evite divisões internas e priorize a construção de uma agenda sólida e coerente

O apoio de Elon Musk – aliado de primeira hora de Trump – a esses movimentos, principalmente através de suas críticas ao controle estatal, à censura digital e a liberdade de expressão, demonstra que a guerra cultural já não está restrita unicamente ao campo político. Tecnologia e redes sociais tornaram-se campos de batalha ideológicos.

No Brasil, o governo de esquerda tem tentado regular as redes sociais e, mancomunado ao crescente ativismo judicial, essa postura vem gerando forte reação entre conservadores e defensores da liberdade de expressão. Como ressaltei em outro artigo, a união da direita deve ir além de questões pontuais, como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal – é fundamental a construção de uma estratégia ampla e coesa para consolidar essa virada política.

Os eleitores brasileiros estão cada vez mais conscientes da importância da liberdade econômica, da segurança pública e do combate à corrupção — sobretudo após a Lava Jato. E o que vemos? Um governo Lula que enfrenta resistência crescente, como comprovado por pesquisas recentes.

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É por isso que a conexão do Brasil com a nova direita global pode ser decisiva. Líderes alinhados a Trump e aos movimentos conservadores europeus têm potencial para influenciar diretamente o debate político nacional, incentivando uma agenda mais afinada com tais valores. Com Lula presidente, o Brasil fica à margem dessa discussão.

A experiência internacional mostra que a rejeição às imposições progressistas tende a gerar uma resposta eleitoral robusta – e o Brasil não será uma exceção a essa onda conservadora. A política global está passando por uma transformação irreversível: Trump, a nova direita europeia e figuras como Elon Musk moldam um cenário em que a defesa da soberania nacional, dos direitos individuais e da transparência governamental tornam-se pilares centrais. O Brasil, prestes a encarar as eleições de 2026, está no centro desse embate ideológico.

Reforço, como já destaquei anteriormente, que a direita brasileira tem todas as condições para consolidar sua força política, desde que evite divisões internas e priorize a construção de uma agenda sólida e coerente. A pacificação da direita é um prenúncio claro da derrota da esquerda – mas, para isso, é preciso ir além da retórica e pôr em prática ações contundentes e concretas. Como bem disse Roger Scruton: “O dever dos conservadores é manter vivas as coisas boas e reformar aquelas que precisam de mudança sem destruir o que as tornou valiosas”.

Fabio Oliveira é especialista em Gestão Pública e deputado estadual no Paraná.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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