O Novembro Azul é mais do que uma campanha; é um convite à reflexão sobre o cuidado com a saúde masculina. Infelizmente, ainda existe um forte estigma em torno da prevenção e diagnóstico do câncer de próstata, uma doença que afeta milhões de homens ao redor do mundo, mas que, se detectada precocemente, pode ter até 90% de chances de cura.
Vemos diariamente o impacto que a falta de informação e o preconceito exercem sobre os cuidados preventivos. O exame de PSA e o toque retal, que deveriam ser práticas comuns a partir dos 50 anos — ou 45 anos, no caso de homens com histórico familiar de câncer —, ainda são vistos com desconfiança e evitados por muitos. A resistência em realizar esses exames é, em muitos casos, resultado de uma visão ultrapassada, alimentada por mitos e um machismo que coloca a saúde em segundo plano.
Saúde é sinônimo de autocuidado, e não há razão para que isso seja motivo de vergonha. Novembro Azul é mais que uma campanha, é um chamado para a vida.
Por isso, precisamos falar abertamente sobre a importância de derrubar esses tabus. Cuidar da saúde é um ato de coragem, não de fragilidade. O câncer de próstata é silencioso em seus estágios iniciais, o que torna a realização de exames periódicos crucial para o diagnóstico precoce. E esse diagnóstico salva vidas.
Os fatores de risco são claros: idade, histórico familiar, obesidade e até a etnia influenciam a probabilidade de desenvolver a doença, sendo os homens negros mais vulneráveis. Esses dados nos mostram a importância de reforçar a prevenção, que começa com hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos e a moderação no consumo de álcool e cigarro.
Vivemos em uma era de avanços médicos significativos. Hoje, contamos com opções de tratamento mais seguras e menos invasivas, como cirurgias robóticas, radioterapia de alta precisão e terapias hormonais inovadoras. Ainda assim, o primeiro passo continua sendo o mais difícil: o homem ir ao médico.
A campanha Novembro Azul nos lembra que a conscientização é um caminho necessário para transformar a cultura de desinformação e descaso que ainda permeia a saúde masculina. O diálogo aberto sobre os exames preventivos e o fim do preconceito precisam ser nossas maiores armas contra o câncer de próstata.
Homens, cuidem-se. Fazer um exame de rotina hoje pode significar mais qualidade de vida e mais anos ao lado de quem você ama. Saúde é sinônimo de autocuidado, e não há razão para que isso seja motivo de vergonha. Novembro Azul é mais que uma campanha, é um chamado para a vida.
Marcela Padilha, médica, é coordenadora de Desenvolvimento de Produtos e Suporte Clínico da Alko do Brasil.
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