O esporte paralímpico no mundo se popularizou pelo pioneirismo e dedicação de Ludwig Guttmann, médico judeu alemão que salvou do extermínio nazista muitos outros judeus. Longe da guerra e do nazismo, Guttmann iniciou um grande e importante trabalho com lesados medulares em um hospital de Stoke Mandeville, uma pequena cidade inglesa, na década de 40. Seu trabalho era inovador, pois, além do tratamento convencional, as pessoas com lesões medulares eram estimuladas à prática de exercícios físicos para fortalecimento muscular e esportes, como polo em cadeira de rodas e lançamento de dardos.
Em 1948, nessa mesma cidade, ele organizou uma competição esportiva com os veteranos da Segunda Guerra Mundial, incluindo atletas da Holanda, caracterizando a competição como internacional. Surgiam, ali, os Jogos Paralímpicos.
Oficialmente, as Paralimpíadas tiveram início em 1960, em Roma. Esses jogos projetaram os deficientes físicos no cenário do esporte de alto rendimento. A primeira participação brasileira aconteceu na edição de 1972, em Heidelberg, na Alemanha Ocidental, e desde então o Brasil sempre esteve presente com delegação de atletas nos jogos de verão.
Em 22 de setembro, é comemorado o Dia Nacional do Atleta Paralímpico, data instituída em 2012. Neste ano, os temas de discussão são “esporte como ferramenta de transformação” e “superação é uma ova!”. Ambos são muito pertinentes e passivos de grandes discussões, pois o esporte é uma ferramenta transformadora e possibilita a superação em muitas situações. Entretanto, os atletas paralímpicos são de alto rendimento e não devem ser estigmatizados como coitados que superaram suas lesões pela prática esportiva.
A sociedade tem um fascínio e apelo dramático pelo incomum e até mesmo pelas “aberrações”. Assim como os circos lotavam, no passado, para o público assistir à mulher barbada, às irmãs siamesas, ao homem elefante, entre outros casos de pessoas com alterações físicas, atualmente muitos podem vir a considerar os Jogos Paralímpicos como uma vitrine de pessoas incomuns, superando seus limites pessoais.
Contudo, o olhar da sociedade para com os atletas paralímpicos deveria ser de admiração pelas conquistas diárias nos treinamentos, nas leis de incentivo ao esporte no Brasil, e nas competições regionais, nacionais e internacionais, como fazemos com qualquer outro atleta de alto rendimento em nosso país.
Tatiane Calve, doutora em Ciências da Saúde, é professora da área de Linguagens Cultural e Corporal do curso de Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter.
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