Em 1964, Malcolm X advertiu: “Sempre que vocês jogam seu peso político por detrás de um partido [Democrata] que controla 2/3 do governo, e este partido não mantém as promessas que lhes fez durante a época de eleição, e vocês são idiotas o suficiente para continuarem a se identificar com esse partido, vocês não são apenas estúpidos, são traidores de sua raça”.

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Mas o recrudescimento da segregação racial e, sobretudo, a reeleição de Harry Truman, em 1948, e a liderança do Rev. Jesse Jackson após a morte de Martin Luther King Jr., ligaram os negros de vez a seu pior inimigo: o Partido Democrata – progressista/socialista, criador das leis Jim Crow e da Ku Klux Klan.

E a história do negro americano com a esquerda não deixou de produzir seus frutos. O movimento Black Lives Matter (BLM) é um destes.

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Misturando vitimismo com segregação racial, o BLM iniciou, em 2013, com a divulgação de uma hashtag, no Twitter, a fim de protestar contra a absolvição de George Zimmerman, o segurança que matou o jovem negro Trayvon Martin. Em 2014, a morte de Michael Brown pelo policial Darren Wilson, em Ferguson, deu alcance mundial ao movimento – e a cidade foi destruída por protestos violentos.

O fato é que a esquerda se apossou de causas legítimas – direitos civis, sufrágio feminino etc. – misturou às suas teses revolucionárias (dentre elas, a destruição da família tradicional) e formou uma sociedade de revoltados cujas demandas não precisam ser solucionadas, pois a revolta constante é o que importa.

Wilson agiu comprovadamente em legítima defesa, mas a narrativa dos vitimistas insistiu que Brown fora morto simplesmente por estar andando na rua; ou, nas palavras de Barack Obama, por estar “andando como negro”. Posteriormente, outros casos controversos de violência policial tornaram a narrativa do BLM ainda mais sedutora. Mas há um grande problema aí.

Mais de 90% dos assassinatos de negros são cometidos por outros negros. Em números totais, os negros representam 13% da população americana, mas cometem 50% dos crimes. Em 2015, Tyshawn Lee, uma criança de 9 anos, foi assassinada por membros de uma gangue, em Chicago, em retaliação contra o seu pai. Curiosamente, o BLM nada disse.

Na verdade, os negros são incentivados, pela mesma esquerda que lhes jura amor incondicional, a uma cultura de marginalidade. “Nesta cultura”, diz o economista Thomas Sowell, “a beligerância é considerada virilidade, e a crueldade, legal (cool); enquanto ser civilizado é considerado ‘agir como branco’”.

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Atualmente, 75% das crianças negras dos EUA vivem sem o pai. Estas têm 5 vezes mais chances de viver na pobreza e cometer crimes; 9 vezes mais chances de abandonar a escola; e 20 vezes mais chances de serem presos. Em 1960, esse número era de 25%. Para o advogado e radialista Larry Elder, esse é o principal problema da população negra americana. E não culpemos a pobreza, pois, como afirma Sowell, “a pobreza negra era muito maior e o racismo branco era muito pior antes de 1960. Mas o crime violento nos guetos negros era muito menor”.

O fato é que a esquerda se apossou de causas legítimas – direitos civis, sufrágio feminino etc. – misturou às suas teses revolucionárias (dentre elas, a destruição da família tradicional) e formou uma sociedade de revoltados cujas demandas não precisam ser solucionadas, pois a revolta constante é o que importa. Defendendo tais causas, tem o seu eleitorado garantido.

Assim, faz de pobres, negros, mulheres, homossexuais – e todos aqueles que denominam oprimidos –, seus escravos ideológicos. Por isso, para o bem da sociedade, movimentos como Black Lives Matter devem ser desmascarados.

Paulo Cruz
é professor de Filosofia e mestre em Ciências da Religião