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Há um ano éramos atingidos por um vírus até então desconhecido. O medo pela vida e pela saúde das empresas pairava sobre nós. A paralisação do setor produtivo colocava em xeque a capacidade de retomar o crescimento econômico. Um ano depois, revivemos o mesmo cenário. Empresas fechadas, empregos perdidos, porém, com a agravante de hospitais superlotados.
Mas agora conhecemos melhor o vírus e por que ele tanto se movimenta, contaminando milhares de pessoas. E podemos afirmar que o responsável pelo descontrole da pandemia não é o comércio, que há um ano cumpre todos os protocolos de saúde. Distanciamento, máscara e álcool gel viraram itens essenciais nas empresas, sob possibilidade de penalização para quem não seguir tais medidas.
Infelizmente, o tédio provocado pelo isolamento social tomou conta de grande parte da população. Relaxamento das medidas de prevenção, encontro entre amigos, festas, confraternizações e viagens voltaram à rotina comum. A conta chegou, e com ela uma explosão de novos casos de Covid-19, hospitais superlotados, escassez de leitos e, infelizmente, muitos óbitos.
Agora, todos pagamos pela irresponsabilidade e falta de empatia daqueles que não levaram a doença a sério. Somado a isso, outros fatores contribuíram para o caos da saúde e da economia. Leitos foram desativados pelos municípios em um período em que a pandemia ainda era protagonista. Festas clandestinas e a desobediência aos protocolos de saúde ganhavam força devido à falta de uma fiscalização mais rigorosa por parte dos municípios. Por fim, a ausência de planejamento para a emergencial aquisição de vacinas ajudou a nos empurrar para o abismo.
Muitos segmentos não sobreviverão a este segundo lockdown, medida que esperamos – e nisso estamos de acordo com o governo estadual – não ver estendida.
É hora de nos ajudarem a pagar a conta! Os empresários dos setores mais prejudicados pela pandemia, como turismo, eventos, bares e restaurantes, precisam de suporte para respirar e encontrar fontes de energia para restabelecer seus negócios – e sobreviver! Por isso, reivindicamos que um auxílio emergencial também seja oferecido a essas empresas que tanto empregam e contribuem para o giro da economia em nosso estado, porque elas não sabem quando essa pandemia vai acabar e como vai acabar.
Acreditamos na sensibilização de nossos governantes para que o “novo normal” seja o recomeço de uma história de esperança para todos.
Fernando Moraes é presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap).