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Opinião 2

O crescimento econômico e o BRDE

É fácil perceber que o Sistema Financeiro Nacional está inserido no sistema econômico. O Brasil busca o crescimento. Isso significa aumentar riquezas. Para que os brasileiros enriqueçam, é necessário aumentar a renda. Para aumentar a renda, é necessária maior e melhor produtividade. Para aumentar nossa capacidade de produzir, é necessário investir. E, para investir, são necessários recursos financeiros.

A maior parte dos investimentos realizados pelos empresários brasileiros tem origem na geração própria de lucros. Isso é rezado não só pela teoria financeira, mas também demonstrado por diversas pesquisas sobre o tema. A segunda opção é o financiamento pelo sistema BNDES, do qual o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) é o agente número 1. Os recursos do BNDES são a segunda opção de fontes para investimento inclusive para as grandes empresas brasileiras.

Por que, então, tantos empresários seguem investindo com as fontes erradas? Começam um empreendimento pensando em reinvestir seus lucros, mas logo se veem dependentes de recursos bancários de curto prazo. E, quando se tornam dependentes de empréstimos para giro, o custo financeiro se eleva. O problema não está em emprestar para capital de giro, mas em depender excessivamente dessas linhas ofertadas pelos bancos comerciais. Os próprios bancos começam a reduzir o crédito quando percebem a dependência de seus empréstimos de curto prazo, causando ainda maior sufoco na administração do fluxo de caixa do empresário.

E, quando esses empreendedores já não conseguem mais limites nos bancos comerciais, buscam o BRDE como solução para seus problemas. Mas o BRDE, em regra, não soluciona este tipo de problema financeiro. O BRDE é solução para investimentos produtivos. O banco de fomento controlado pelos governos dos três estados do Sul do Brasil tem produtos com longos prazos de pagamento e juros menores, sempre com prazo de carência adequado, atendendo os mais diversos ramos da economia. E o que incentiva o banco é poder acompanhar o projeto do empresário paranaense desde o início, financiando as melhores iniciativas para aumentar a produtividade.

Por que, então, os empresários paranaenses não buscam o BRDE quando ainda estão planejando seus projetos a fim de obter uma fonte de recursos adequada para seus projetos? Nesse ponto, alguns empresários poderiam citar a burocracia e entraves bancários. Mas o que ocorre é que o empresariado em geral ainda não se acostumou a planejar suas fontes de financiamento. Ele até pensa nos investimentos necessários, mas não busca com antecedência as alternativas para tomar recursos. Deixa, com isso, de potencializar sua riqueza. Assim como o Brasil desperdiça milhares de reais em investimentos mal planejados, muitas vezes com má aplicação de verbas, inclusive por não equacionamento de suas fontes, grande parte dos empresários também está perdendo oportunidades de alavancar seus negócios.

O BRDE precisa financiar mais projetos para que as empresas sediadas no Paraná se tornem mais eficientes e produtivas, os empresários ampliem suas riquezas e, consequentemente, gerem mais emprego, muito mais renda, e o país cresça com maiores níveis de sustentabilidade.

Paulo Cesar Starke Junior, contador e mestre em Finanças, é superintendente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) no Paraná.

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