Recentemente, foi divulgado um relatório da Cúpula Mundial para Inovação em Educação (Wise, na sigla em inglês) que apontou, entre outras ideias, que a inovação tecnológica será uma das principais responsáveis pelo avanço do sistema educacional em todo o mundo. Com computadores, quadros interativos e softwares, estudantes e professores estarão cada vez mais integrados para a produção de uma aprendizagem colaborativa.
No Brasil, para implantarmos de fato este processo de colaboração, ainda precisamos avançar bastante em um projeto de mudança do modelo tradicional de aprendizagem. Devemos optar por uma metodologia que adote, além da inovação tecnológica, um ensino personalizado como ferramenta para o desenvolvimento de alunos e docentes.
Mas como alcançar o modelo de ensino que desejamos? Com uma escola que compreenda que as competências, habilidades e capacidades do século 21 são muito diferentes das oferecidas pela educação tradicional? Diante dessas dúvidas, listo dez ideias que resumem o nosso desejo para a educação do futuro:
Escola digital – no futuro, os materiais educativos nas escolas serão digitais, participativos e colaborativos, como já acontece fora do ambiente escolar, com uso de smartphones, notebooks e outros dispositivos. As aulas terão projeções sobre quadros negros sensíveis ao toque, e-books, tablets e softwares. O objetivo é auxiliar a compreensão dos conhecimentos oferecidos pelo professor.
Professor orientador – as aulas clássicas desaparecerão e o professor não exercerá apenas o papel de transmissor do conhecimento, mas será um orientador do aluno em seu próprio processo de aprendizagem.
Em um mundo no qual serão mais valorizadas as habilidades pessoais, o estudante terá uma mentalidade mais universal e menos local. Será um cidadão global
Busca por informação – os quadros digitais e computadores tornam possível a mudança tecnológica, mas não a produzem. Para isso, é fundamental o papel do professor, que será capacitado para orientar os alunos na busca pela informação de forma eficiente. O professor terá ainda o papel de demonstrar aos alunos a necessidade de serem críticos. Nem tudo que está na internet é correto, ainda é necessária a procura por fontes confiáveis.
Visão global – em um mundo no qual serão mais valorizadas as habilidades pessoais, o estudante terá uma mentalidade mais universal e menos local. Será um cidadão global, que busca por meio da aprendizagem uma maneira de responder às necessidades de sua sociedade. Os alunos serão mais exigentes quanto às suas expectativas em relação à educação, passando de consumidores a criadores de conteúdo.
Realidade ampliada – serão bem recebidos os exercícios on-line, as simulações virtuais, com adição do conceito de realidade ampliada. O mundo real nunca será substituído pelo mundo virtual, mas o segundo irá complementar a percepção do real.
Fora da escola – não será abandonado o contato direto com o campo. Saídas do ambiente escolar serão utilizadas como apoio ao aprendizado, por meio de visitas a locais apresentados pelos professores durante as aulas.
Mais e mais informação – os alunos serão estimulados a continuar a busca por informação. Pesquisar, procurar fontes e compartilhar documentos serão algumas das ações neste sentido.
Avaliação – as provas e exames serão realizados dentro das plataformas e softwares, levando a inovação tecnológica também ao processo de avaliação.
Idiomas – consolidado como idioma global, o inglês será abordado de forma mais acessível, por meio das tecnologias colaborativas, proporcionando ao aluno um aprendizado mais eficiente. Assim como outros idiomas.
Atualidades – temas como big data, learning analytics, adaptative learning, nanotecnologia e robótica serão inseridos no currículo escolar, como já fazem parte do cotidiano das pessoas.
O ensino do futuro está começando agora! O envolvimento de alunos, professores, instituições públicas e privadas neste processo será essencial para a construção da educação que desejamos.