A transparência constitui princípio basilar na aplicação de melhores práticas de governança corporativa. Por transparência, entende-se a comunicação clara, franca e direta de todos os dados que podem influenciar na decisão dos stakeholders da empresa, ou seja, dos sócios, funcionários, clientes, fornecedores e agentes governamentais.
Embora amplamente aceito e já de fato implantado em diversas empresas de diferentes tamanhos e setores, é importante destacar que, em muitas companhias, em especial aquelas de origem familiar, a transparência ainda carece ser exercitada.Para atingir o nível de transparência que a sociedade atual exige, não basta que as empresas adotem algumas atitudes, como divulgação extensiva de dados, elaboração de relatórios detalhados e contratação de profissionais especializados, como diretores de relações com investidores, por exemplo. Tudo isso é importante, mas é preciso mais.
É preciso que todos na empresa, do cargo mais alto ao mais baixo, estejam preparados e orientados sob a luz da transparência. Nesse sentido, é preciso praticar a transparência e a franqueza em todas as atividades da empresa, desde as questões mais fáceis, como reporte de lucro ou a promoção de um profissional, até as mais difíceis. Quando um projeto não for bem-sucedido ou se houver a necessidade de rever o plano de crescimento previamente planejado, a empresa deverá buscar mais força para aplicar os princípios norteadores da boa governança corporativa, entre eles o da transparência.
Muitas vezes é difícil para o patriarca familiar entender a importância de gerir a empresa com transparência. Trata-se de um legítimo self-made man, que aprendeu por conta própria a fazer negócios e tornou-se bem-sucedido sem ter de prestar mais do que o mínimo de informações, agindo na base da intuição e do carisma.
Porém, à medida que a empresa cresce e sua organização torna-se maior e mais complexa, em que começa a surgir a necessidade de pulverizar parte do capital ou preparar a sucessão para as novas gerações, os stakeholders se distanciam desse líder natural da empresa, reduzindo sua capacidade de influência. Nesse momento, se a empresa não possuir a cultura da transparência, passará a perder talentos, recursos e clientes. Não se trata de informar tudo a todos e sempre, pois é certo que há uma miríade de dados e conhecimento internalizados na companhia que devem ser guardados a sete chaves. Porém, até mesmo para sustentar a necessidade de manter sigilo sobre algum dado é preciso se utilizar da transparência.
O exercício da transparência deve ser constante e diário e ser sempre fonte de atenção em todos os níveis da empresa, tornando-se um valor verdadeiramente intrínseco da companhia. Quando isso acontecer, os seus efeitos na geração de valor serão diretos e muito mais perceptíveis.
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