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Opinião do dia 1

O fim da política como profissão

"A imaginação é mais importante que o conhecimento." Albert Einsten justificou sua afirmação dizendo que o conhecimento é limitado a tudo o que sabemos e compreendemos, enquanto a imaginação abraça o mundo inteiro e tudo o que sempre existirá para ser sabido e compreendido.

Foi assim que ele descobriu a famosa teoria da relatividade, que obviamente não era conhecida antes que ele a imaginasse e a elevasse à categoria de teoria científica.

Os grandes romances, os grandes inventos, as teorias políticas, a democracia, o socialismo etc., enfim, tudo o que o homem criou nasceu da imaginação de alguém ou de alguns. É claro que podemos imaginar coisas fantásticas, novas e exequíveis, como podemos também imaginar coisas absurdas e sem sentido. Seja como for, é mil vezes preferível correr o risco de imaginar tolices a viver uma vida sem imaginação.

Assim, caro leitor, resolvi imaginar o fim da política como pro­­fissão, ou seja, o fim dos políticos como os conhecemos. Por fa­­vor, imagine comigo e me ajude a decidir se imaginei uma to­­lice ou algo bom que poderia melhorar nosso Brasil.

A teoria é simples, com uma única regra: nenhum cidadão poderia ser eleito para cargo público mais de uma vez em toda sua vida, nem indicar ou apoiar eventual sucessor. Assim, se você fosse eleito prefeito, terminado seu mandato de quatro anos, terminaria também sua carreira política. Você não poderia mais ser candidato a nenhum outro cargo e deveria voltar para seu trabalho, na vida privada, longe dos holofotes, fosse ele qual fosse. O mesmo, é claro, valeria para todos os outros cargos, como deputados, senadores, vereadores, presidente da República etc.

É claro que a regra teria consequências boas e más. Seria mau não podermos reeleger um ótimo presidente ou governador, seria mau não permitirmos que legisladores acumulassem grandes experiências na lavratura de leis, mas seria maravilhoso nos livrarmos automaticamente, a cada quatro anos, de todos os deputados estaduais e federais, senadores, governadores, prefeitos etc. que agiram de forma desonesta, formaram verdadeiras quadrilhas, traindo a confiança do eleitor.

Seria fantástico ser governado por homens realmente idealistas, dispostos a interromper por algum tempo sua carreira profissional para dedicar-se por completo ao bem comum e sem nenhum interesse em reeleger-se. O rodízio dos cidadãos no poder seria maior, muitas novas lideranças surgiriam, os legisladores fariam as leis pensando no Brasil e não em seus privilégios e interesses eleitorais.

Haveria, sem dúvida, uma grande renovação, e tristes figuras que tão bem conhecemos, famosas por seu eterno poder, privilégios e desonestidade, simplesmente não existiriam.

A ignorância dos que não sabem votar e reelegem os maus políticos deixaria de ser um fator que mantém o país em péssimas mãos, por longo período de tempo.

Salvar a pátria, ajudar os pobres e oprimidos, deixaria de ser profissão altamente remunerada e passaria a ser atividade de um maior número de cidadãos. É claro, não haveria mais aposentadorias especiais para cargos eletivos.

"A imaginação é mais importante que o conhecimento"... Tente imaginar as outras consequências.

Oriovisto Guimarães, membro da Academia Paranaense de Letras

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