| Foto: David McBee/Pexels
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O Brasil é frequentemente descrito como o "país do futuro", porém essa expressão tornou-se ao longo dos últimos anos um símbolo de frustração e promessa não cumprida. O que era um horizonte de possibilidades virou uma miragem distante. 

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Com as eleições novamente se aproximando, chega uma nova chance de identificar candidatos comprometidos em transformar esse futuro em realidade.

Para isso, é essencial que sejam compreendidos e aplicados os princípios econômicos que promovam o desenvolvimento sustentável e a prosperidade. Entre eles está a busca por investimentos estrangeiros, um dos principais pontos mencionados por Ludwig von Mises, conhecido como o “último cavaleiro do liberalismo”, em seu livro "As Seis Lições".

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O fato é que o Brasil se encontra em um contexto geopolítico favorável. Enquanto muitos países de primeiro mundo enfrentam crises dramáticas, como insegurança alimentar, ameaças cibernéticas e conflitos bélicos, nós nos destacamos pela abundância de recursos naturais, energia limpa e capacidade agrícola robusta.

Contudo, precisamos de capital externo para crescer. Para aproveitar esse momento e atrair investimento estrangeiro, devemos buscar reformas que reduzam a burocracia e garantam segurança jurídica.

Precisamos fugir das armadilhas do intervencionismo e adotar princípios liberais

Esses princípios incluem quatro pilares: livre mercado e competição; propriedade privada e segurança jurídica; estabilidade legal e regulatória; abertura e transparência ao comércio internacional.

A defesa desses pilares são essenciais para a confiança dos investidores e para o desenvolvimento econômico. Se os aplicarmos, podemos aproveitar não só o contexto da geopolítica mundial de conflitos bélicos, mas também uma mudança de investimento global pós-pandemia. 

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Como ressalta o ex-ministro da Economia Paulo Guedes em seus discursos, o mundo está convergindo para os conceitos de "nearshore" e "friendly shore". "Nearshore" envolve mover operações para países próximos, reduzindo custos e melhorando a eficiência logística. "Friendly shore" foca em investir em países com um ambiente de negócios amigável, segurança jurídica, estabilidade política e respeito à propriedade.

Ou seja, a oportunidade está à nossa frente mais uma vez. O investimento externo traz recursos adicionais que podem ser utilizados para expandir e modernizar a infraestrutura e os setores produtivos.

Atrair investimento estrangeiro é vital para modernizar nossa infraestrutura, aumentar a produtividade e criar empregos. Mises destaca que o investimento externo não só traz recursos financeiros, mas também tecnologias avançadas, habilidades gerenciais e acesso a mercados internacionais.

Vale dizer que tudo isso só é possível a partir de uma redução do intervencionismo. A função principal de um governo é proteger os direitos individuais, manter a ordem e garantir segurança. Isso inclui a defesa contra agressões externas e a proteção dos cidadãos contra crimes e violência.

O intervencionismo significa que o governo não se restringe a essas atividades principais. Desejoso de fazer mais, passa a interferir nos fenômenos de mercado, preços, salários, taxas de juros e lucros. Essas intervenções criam distorções no mercado, que prejudicam a eficiência econômica e a alocação ineficiente de recursos. Deveria ser óbvio, mas não é. 

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O Brasil possui um imenso potencial para se tornar uma potência econômica, mas isso só será possível se adotar as lições do liberalismo econômico. Atraindo investimento estrangeiro, promovendo o livre mercado e reduzindo práticas intervencionistas, o país pode finalmente realizar o seu potencial e deixar de ser o "país do futuro" para se tornar uma nação próspera e desenvolvida. Ludwig von Mises nos fornece um roteiro claro para essa transformação, e é hora de o Brasil colocar tais ideias em prática.

Márcio Bernardes é formado em administração pela PUC/RJ com MBA em finanças e Master Degree em International Management, é associado do IFL-SP e founder da SaúdeNow.