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O liberalismo e a necessidade de uma agenda social

Imagem ilustrativa. (Foto: Brunno Covello/Arquivo Gazeta do Povo/Arquivo)

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No Brasil, a política ainda está presa em uma era de primitivismo, com partidos focados em interesses pessoais e governamentais destinados ao fracasso. Para avançar, é crucial que os liberais brasileiros apresentem uma agenda concreta, deixando de lado a autossuficiência dos institutos e abordando questões relevantes como a melhoria da educação, uma agenda internacional, o combate à pobreza e a inclusão social.

Um partido político se constitui em ideologia e organização. Sem uma ideologia definida, não pode haver diretrizes seguras, convicção partidária ou coesão. Por isso, é importante que os liberais se organizem e apresentem uma agenda para o país, embasada em dados e estudos, que possa ser facilmente compreendida e abraçada pela população.

Para que uma agenda liberal possa ser efetivamente implementada no país, é fundamental que os liberais brasileiros compreendam que a adoção de uma agenda social é essencial.

Um dos principais erros dos liberais que participaram da gestão 2019-2022 no Ministério da Economia foi a falta de uma agenda social clara e acessível à população. Segundo o economista Eduardo Gianetti, em seu livro Trópicos utópicos, o liberalismo não pode se resumir apenas a questões econômicas, mas precisa ser acompanhado de políticas sociais que garantam a inclusão e a mobilidade social.

Além disso, é preciso que os liberais sejam mais abertos ao diálogo e à negociação política, cedendo em alguns pontos para obter avanços em outros. A falta de flexibilidade e a intransigência em proposições legislativas contribuíram para a derrota do grupo no campo político.

Para que uma agenda liberal possa ser efetivamente implementada no país, é fundamental que os liberais brasileiros compreendam que a adoção de uma agenda social é essencial. A melhoria da educação, por exemplo, é um tema que deve ser prioritário para qualquer partido político que tenha como objetivo a promoção do desenvolvimento social e econômico. O combate à pobreza e a inclusão social também são questões fundamentais que não podem ser ignoradas.

Como disse o ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, o liberalismo não é deixar alguns homens ficarem ricos e outros pobres. Não é um sistema de governo pelo rico e para o rico. O liberalismo é a oportunidade para todos os homens, com base na habilidade ou na conquista, independentemente da raça ou da origem social ou econômica. O liberalismo reconhece que a ação governamental não é capaz de transformar o homem, e que a medida mais importante do sucesso é o próprio indivíduo.

O Fórum da Liberdade de 2023, um dos maiores eventos sobre liberalismo do mundo, que aconteceu em Porto Alegre nos dias 13 e 14 de abril, foi uma oportunidade de abordar essa temática e estimular a construção de uma agenda de nação para o liberalismo brasileiro.

Fernando Freire Dutra, bacharel em Relações Internacionais pela ESPM, mestre em Gestão e Políticas Públicas pela FGV e mestrando em Política e Negócios Internacionais na Georgetown University em Washington, DC, foi secretário municipal adjunto de Parcerias de Porto Alegre e adido econômico adjunto na Embaixada do Brasil em Washington e diretor de Gestão do Ministério da Economia.

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