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O país está em clima de contagem regressiva. Entre 5 e 21 de agosto, o Rio de Janeiro vai sediar o evento de maior peso da história brasileira. Mais que palco de competições esportivas espetaculares e visibilidade jamais vista, temos a chance de criar residual positivo sem precedentes. Durante 17 dias, os olhos do mundo estarão captando amostras da nossa cultura e do conjunto de atributos que compõem o melhor da brasilidade.

Os números do megaevento impressionam. Vamos receber delegações de 206 países e a cobertura midiática contará com 25 mil jornalistas. O programa da Rio 2016 terá 28 esportes, totalizando 42 modalidades e mais de 10,5 mil atletas, nos 32 locais de competições. Está prevista audiência de 1 bilhão de espectadores em todo o mundo. É a maior operação logística que o Brasil já teve, com o trabalho direto de mais de 130 mil pessoas.

A movimentação de pessoas por meio de diferentes modais promete ocorrer antes e depois dos jogos, tendo em vista os visitantes que vêm para conhecer outros destinos brasileiros. As reservas nos meios de hospedagem do Rio estão quase esgotadas e a expectativa é de movimentação recorde em quiosques, bares, restaurantes e casas noturnas. São 7,5 milhões de ingressos colocados à venda, a preços que variam de R$ 40 a R$ 4,6 mil. Os investimentos públicos e privados montam a prodigiosa cifra de R$ 37,6 bilhões.

Mais de 90% dos entrevistados em uma pesquisa após a Copa manifestaram a intenção de voltar ao Brasil

Os números que medem valores e grandezas são, em si, um indicador consistente de que os Jogos Olímpicos trazem oportunidade de bons negócios para o setor de turismo como um todo. Por um lado, temos o potencial de negócios para as Travel Manager Companies (TMCs), especialmente no segmento Meeting, Incentives, Conferences and Exhibitions (MICE). Empresas de variados ramos e portes estarão presentes no megaevento para promover ativações com foco em diferentes públicos de interesse.

Para as agências de viagens que atuam no segmento do turismo receptivo de lazer, cada visitante, atleta, amigo ou parente pode ser público para a oferta de viagens de lazer adequada ao perfil de cada um. E isso alimenta empregos durante a baixa temporada. O fato é que vai beneficiar um leque considerável de negócios e o grande legado será o Brasil se tornar um destino muito mais tangível para um número extraordinário de potenciais visitantes.

Cabe lembrar que, passada a Copa do Mundo de 2014, pesquisa balizada deu conta de que o maior ativo do nosso receptivo é o brasileiro, sua simpatia, espontaneidade e dom natural de bem receber. A mesma pesquisa detectou que mais de 90% dos entrevistados manifestaram a intenção de voltar ao país.

Sobre os preços praticados no Rio de Janeiro, medidas foram tomadas para coibir abusos, por meio dos órgãos de defesa do consumidor. No entanto, a pluralidade de ofertas, para todos os gostos e bolsos, acabará fazendo prevalecer a lógica do mercado.

Além do mais, merece destaque a decisão brasileira de isentar de visto de entrada turistas de quatro países estratégicos no período dos Jogos: EUA, Canadá, Japão e Austrália. A medida deve estimular o aumento de fluxo de turistas destes países para o Brasil. Da nossa parte, não mediremos esforços para que esta abertura se perpetue. Chegou a hora de o Brasil acordar para a fonte excepcional de riquezas que o turismo representa.

Edmar Bull é diretor-presidente da Copastur e presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional).
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